Paciências necessárias

De fato aqueles que fazem da paciência uma ciência, estão completamente certos.Não que todos os momentos da vida exijam uma paciência além do normal, ou do suportável, é que há momentos na existência que sem ela, torna-se insuportável.

Um exemplo claro são as filas.

Ficar lá parado, horas a fio, principalmente se for para o medico – Geralmente a pessoa já meio adoentada – algumas até chegam a falecer de tanto esperar.

Entretanto estou aqui para falar das situações mais normais, mais amenas e não das taciturnas; como as do banco, as do supermercado... Sempre tem o espertinho que entra na frente sem pedir licença, ou tem aquele velhinho que exercendo seu direito de cidadão, acaba por vezes sem querer, exaltando todos os outros os quais acabam por bradar de forma desrespeitosa para o pobre idoso, Saia daí seu velho, e bem, não estou aqui para detalhar tudo com todas as minúcias.

Sucessos assim se dão quase que corriqueiramente.

O diferencial real nesses casos é a própria pessoa que por eles passam. Algumas estressadas, outras preocupadas com a eminente perda de emprego ou algo ainda de muito pior, e com certeza as situações extrapolam as suposições deste seu autor.

Continuemos com o caso do senhor acima.

Ele calmamente fura a fila, paga a sua pequenina conta, e de gesto moroso se retira do mercado; fiquemos agora com as pessoas.

Algumas esperando há algumas horas, outras com carros realmente muito cheios, mulheres, maridos devotados, a única caixa completamente presa ao trabalho estafante, já berrando aos clientes, Formem uma fila única; pois inesperadamente um dos bons homens, passa dando boas bordoadas em todos e todas, e quando finalmente chega no término da fila, cinge um olhar amedrontador por sobre a boa a moça a qual já imagina algo de terrível, como sendo um doido ou um possível assaltante; e diz ele serenamente, que irá a outro lugar, onde o tratamento é mais cordial.

De fato a cena poderia ser desastrosa, com derramamento de sangue, ou mesmo xingamentos seguidos de algazarra sem fim; todavia tudo vai-se com as pessoas, com os seres, com os homens.

Não com a imaginação desmedida.

Sem contar a possível ciência que no fundo, toda paciência tem.

-Confiemos na eternidade, posto que tudo é perene nesta existência.

D’o Astrônomo, em duetos.