O caminho

Não existe o caminho ou um caminho para atingir a verdadeira plenitude de ser, de viver, aprendi que na caminhada vivenciando as adversidades, às vezes nos perdemos nos reencontramos, nos equivocamos, nos autocriticamos, mas tambem descobrimos o desejo de melhorar, de sermos simplesmente humanos.

Já trilhei vários caminhos, mas nunca aceitei como definitivo nenhum deles, desde jovem abro caminhos, fui militante política, pratiquei esporte, fiz teatro, dança, estudei, tive filhos, fui companheira e filha, sou irmã, tia, avó, amiga e com tudo esto me sinto apenas inerentemente mulher, um ser humano que quer viver sonhar, amar, participar e contribuir para caminhos e projetos coletivos. Pois em um mundo de bilhões de pessoas, ter apenas um projeto, um caminho individual me parece muito pouco, pobre!

Sempre tive medo do mesmo, da mesma vida, do mesmo amor, do mesmo homem, da mesma educação, de uma mesma cultura humana que não quer ampliar sua relação com o outro com o novo, sempre me assustou o que nunca se transforma. Muitas vezes me pergunto quem sou? Será que estou aqui na hora certa no lugar certo? Será que cheguei a esse mundo cedo ou tarde demais, não sei! Não sei!

A certeza que tenho é que literalmente gosto de estar e permanecer nesse mundo e quando me toque deixá-lo me dará muita pena.

Desde o nascimento até a morte, há momentos de extrema mudança e transformação nas nossas vidas, amores, perdas, medos, problemas, mas muitas alegrias, alegria de parir e ver esse filho crescer e juntos compartilhar tudo o que temos de melhor como ser humano; desfrutar do que nos dá prazer, o prazer de ter saúde e lucidez, de reconhecer o outro e ser reconhecido, ser participativo e contribuir para o bem comum, o prazer de escrever, de emocionar-se com uma poesia, um livro, uma música, ter prazer com um orgasmo e poder dizer em alto e bom som: tenho muita vida dentro de mim!!

Mariamadalena