No dia que morri

morri hoje e tudo continua naturalmente. O passarinho continua cantando, a velha vendendo doces e o vigia a burlar os ladrões...nada de anormal...todos os dias morrem pessoas.

Meus pais estão dormindo em quartos separados como sempre e minha irmã ainda procura,esperançosa, um relacionamento no mundo digital. são 22:00hrs da noite...era a hora em que eu costumava sair para aquele bar.Hoje é quinta-feira de um mês qualquer.O segurança já não me vê entrar, por isso que não precisarei mais perguntar sobre sua filha que nasceu prematura.

Está cheio. Cheio de pessoas conhecidas e agora sim sinto que stou morto:já não me comprimentam mais.Vou até o balcão e lembro daquele drink que era preparado exclusivamente pra mim.

- Me dá um drink que nem o do fulano lá (ela pede meu drink e nem sabe que eu o iventei, muito menos que morri)

(se eu estivesse vivo, talves me apaixonasse por ti, como por tantas que me apaixonei)

Já não sinto a preocupação com minha roupa, nem sei como estou vestido.Será que sou elegância ou puro ser gasoso?

Ando por entre as pessoas, escuto conversas e alguém fala de mim "onde está ele que nunca mais pareceu?" (ela mal sabe que agora estou aqui do seu lado, mas para nunca mais).

As horas passam e eu apenas fito. Sem calor e sem desejo, passo por entre fulanos e beltranos, por entre desejos e egoísmos: meu mundo?

o sol está para nascer a ainda não sabem que morri, é hora de "não sei o que".

todos vão para casa. Alguns acompanhados do futuro grande amor, outros desiludidos,mas a casa é fator comum para o fim de uma festa.

O ultimo que ainda chora está para cochilar...o acompanho sem poder fazer nada...ele adormece...

todos adormecem,menos eu...

(estarei,então, morto de verdade agora?)

Balthazar Sete sóis
Enviado por Balthazar Sete sóis em 20/03/2009
Reeditado em 20/03/2009
Código do texto: T1495811