Pedalando...

Pequena ainda, aprendi a pedalar no tico-tico. Maiorzinha, dava minhas voltinhas no velocípede. Depois, foi com o patinete que me diverti. Passadas essas fases, chegou a hora da bicicleta. Mas, naquele tempo, era preciso saber usar primeiro, antes de ganhá-la. Para aprender, alugava aquela de rodinha suplementar.

Em casa, eram treinos e mais treinos. De início, não tinha coragem de montar sem um adulto por perto. Com o tempo, fui criando confiança e pudemos, enfim, suprimir a roleta que servia de muleta. Mas andar em linha reta ainda não dava, o guidom virava, independente da minha vontade. Quase caía, porém insistia.

Um belo dia, sem mais nem aquela, descobri que pedalava sem medo algum!

A partir de então, comecei a campanha pra ganhar minha própria bicicleta. Olhando lojas, encontrei uma perfeita. Era linda, pintada de vermelho metálico! Passei a namorá-la todos os dias e sempre que podia para lá puxava Papai, Mamãe ou Vovô Zezinho.

Papai achou a bicicleta muito cara. Mamãe dizia que eu devia esperar até o Natal. Vovô olhava, olhava, mas palpite não dava.

Por essa época eu já sabia que Papai Noel não existia. E agora, como faria?

Foi então que tive a bela ideia: se eu juntasse dinheiro, será que a compra apressaria?...