Crônica de Um Dia Dentuço
Pinguço. Entrou no bar e pediu a cachaça. Que graça. O cara pediu-lhe a carteira do CREA. Que idéia. Branca igual vela parou na esquina, a menina. Felina no jeito de andar. No bar, falou, a carteira não trouxe. Se fosse morena, seria melhor. Tem dó, a esquina de novo sozinha. Não vinha a morena dos lábios de mel. Manel, não sou mais o seu engenheiro. Maneiro, se esgueirou, foi saindo do bar. Azar, hoje é dia de feira. Besteira, os preços jamais vão cair. Fugir, a saída é o Galeão. Eu não vou me deixar convencer. Vencer é tudo que querem de mim. Assim, não posso me desapontar. Lutar é tudo que posso fazer. E crer na grana que traz a cachaça. E na raça, que me faz sair por aí ...
Rio, 19/07/1994
CREA, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura