Crônica de Um Dia Dentuço

Pinguço. Entrou no bar e pediu a cachaça. Que graça. O cara pediu-lhe a carteira do CREA. Que idéia. Branca igual vela parou na esquina, a menina. Felina no jeito de andar. No bar, falou, a carteira não trouxe. Se fosse morena, seria melhor. Tem dó, a esquina de novo sozinha. Não vinha a morena dos lábios de mel. Manel, não sou mais o seu engenheiro. Maneiro, se esgueirou, foi saindo do bar. Azar, hoje é dia de feira. Besteira, os preços jamais vão cair. Fugir, a saída é o Galeão. Eu não vou me deixar convencer. Vencer é tudo que querem de mim. Assim, não posso me desapontar. Lutar é tudo que posso fazer. E crer na grana que traz a cachaça. E na raça, que me faz sair por aí ...

Rio, 19/07/1994

CREA, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 18/03/2009
Reeditado em 18/03/2009
Código do texto: T1492310
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