Mãe
Fere os meus tímpanos quando vejo alguém desrespeitar um pai e/ou uma mãe... Ora, que seria da vida sem a paternidade e a maternidade?!Certamente, a vida humana não teria razão de ser, de existir. Entretanto direcionarei de modo mais específico este texto a figura da mãe. Penso que mãe é aquela que dá a luz a uma vida, mas que cuida para que o filho cresça e aprenda a ter uma visão direcionada para o bem. Não basta ser mãe biologicamente, é preciso caminhar junto aos filhos, doar-se, entregar-se a condição de amar desmedidamente, sem perder a autoridade materna, estender a mão, ser a melhor amiga de seus filhos, ouvi-los, apoiá-los, brigar por eles (sensatamente) quando for necessário e reconhecer-se como parte deste “todo”. Infelizmente, vivemos numa sociedade onde os filhos são gerados e muitas vezes são entregues a própria sorte, frutos de atos sexuais inconseqüentes, irresponsáveis. Entristeço-me ao saber que tem tantas crianças sem conhecer de fato, o carinho, cuidado e a dedicação de uma mãe. Ser mãe, ser pai, termos tão primordiais, que pode até existir ex-mulher, ex-marido, ex-miss, ex-amante, ex-aluno e muitas outras denominações relacionadas ao que já foi um dia e não é mais, mas não existe ex-pai e nem ex-mãe... O são pra sempre, ainda que juntos ou separados, “filho” é um vínculo riscado entre um pai e uma mãe e ninguém muda esta realidade, é fato. Agora, a contextualização, o encadeamento sócio/econômico/cultural em que divergem as múltiplas situações, acontece relativamente associada e/ou dissociadas a identidade construída de cada um (pai e mãe), onde os filhos ganham ou saem perdendo; dignidade, decência, boa conduta, equilíbrio emocional, oportunidades... Auto-estima e por que não dizer, o sentido, o gosto pela vida?!Enquanto esta instituição chamada “família” não perceber-se, situar-se, unir-se... A sociedade terá aumento incontido de impessoalidade, violência e desamor... E por falar em família, o que é família mesmo?!Sou suspeita em responder... Deixarei por conta dos leitores competentes, esta resposta imbuída muitas vezes por preconceitos ou determinações culturalmente construída. Então voltemos de onde começamos; será que” uma mãe é pra cem
Filhos e cem filhos não são pra uma mãe?”Sempre escutei mães de alunos que foram meus pronunciarem este provérbio nas reuniões pedagógicas. Particularmente, vejo uma gama de reflexões a partir deste senso comum. Por exemplo, vejamos pelo raciocínio lógico matemático; numa instituição filantrópica, onde uma gestora mantém uma Casa com mais de cem crianças e jovens carentes, com direito a alimentação, vestuário e escola, acompanhamento psicológico e entre outras coisas necessárias... Podemos fazer esta atribuição. Sob o ponto de vista meramente humano, podemos identificar paralelamente a questão da ingratidão implícita nas entrelinhas... E indo mais além pode substituir os sujeitos da frase e modificar o rumo da compreensão lingüística, por isso prefiro ver o conjunto em sua totalidade, considerando a relatividade dos segmentos referidos.
Ser mãe não é tarefa fácil, porque educar pra vida é uma missão que requer sabedoria, juízo de valor, responsabilizações... Na dinâmica da vida, é preciso buscar dentro de cada um de nós, o que nos falta pra melhorar, evoluir como pessoa, comungar da harmonia espiritual e derramar amor aos nossos filhos, porque quando amamos de verdade, o bem maior é nosso, uma vez que vivemos em movimentos circulares e aparentemente percebemos que ao educar nossos filhos plantamos sementes em terra fértil que poderá germinar frutos frondosos, que com a rotatividade temporal colheremos e nos saciaremos com o sabor de cada um em sua essência; doce, amargo... Degustável.
Enquanto mãe, tenho propriedade em dizer que não há nada mais aproximador da maturidade,que vivenciar um espírito materno todos os dias...Não há nada mais inteiro que conceber e intensificar a vida, o gozo, a centelha de luz em nossa direção, a consciência de amar e o gosto por este sentir no cotidiano...O acompanhamento na formação e crescimento dos filhos, que preparamos para voar livremente com suas asas construídas ao longo dos dias.