Os eleitos, os eleitores e a democracia.
Brasileiro vota errado ou vota iludido?
E lá vai o povo, mais uma vez, rumo às urnas em 2010, movido pela esperança, pela conveniência ou pela ingenuidade. Lá vai o povo, com suas mãos, eleger homens públicos que os representarão no Congresso, no Poder Público, como fiéis guardiões de seus direitos e necessidades, conforme prometeram nos palanques ou nos ‘horários eleitorais’, com todos os requintes da boa retórica.
A história se repete. Repete-se cada vez mais espantosamente, porém causando cada vez menos espanto - parece até que estamos nos acostumando com a impunidade. A história se repete. Tempos depois, abriremos os jornais e veremos manchetes do tipo: “Funcionários do Senado recebem hora extra em mês de recesso”; “Corporativismo impera no Congresso Nacional”; “Partidos se aliam para votação no plenário”, e por aí vai. CPIs importantes são arquivadas. Conselho de Ética só existe no nome e para uma ética muito própria e particular dos parlamentares. E os raros “Quixotes” que existem por lá, e ainda sobem ao plenário para falar em nome do povo ou legislam em defesa dos reais interesses da nação, são calados, neutralizados e ridicularizados pelo poderoso jogo articulista dos que legislam em causa própria e são ávidos de poder.
Este foi o destino do nosso voto? Até quando? Hoje vemos, especialmente nos tapetes azuis do Senado – casa por onde passou Rui Barbosa – antigos vilões voltando à cena para dar as cartas, e na Câmara, há deputado que tem até “castelo” (Edmar Moreira – MG, sob investigação). Vemos partidos e ideais se diluírem nos balcões de negociatas e enriquecimento ilícito. Vemos engavetarem os projetos de lei que realmente se revestem do sentido maior da democracia: saúde, educação, segurança, inclusão, justa distribuição de renda e sustentabilidade para todos. Onde fica a sociedade em tudo isso? Esquecida? Preterida? Mas como? Não foram esses os homens escolhidos para representá-la?
Quando um brasileiro vai às urnas, com seu voto em punho, ele ali deposita seu suor, anseios e esperanças, de um modo geral. Crédulos das promessas que ouviram, esses eleitores esperam de seus candidatos, no mínimo, decência, moralidade e espírito público na grandiosa missão de legislar em nome deles. Mas, uma vez concluído o processo eleitoral, o ciclo costuma se repetir. Cadê as promessas? Cadê a saúde? A educação? A segurança? A luta contra a seca nordestina? O basta ao desmatamento? A moralidade no Congresso? A qualidade de vida?
Atenhamo-nos aqui apenas a um fato recente, para tentar explicar os absurdos que presentemente infestam o nosso Congresso – presumivelmente, ícone maior da democracia, uma vez que dali saem as leis “deveriam” beneficiar o povo. O inusitado fenômeno, de tão eloquente, fala por si: o Senado Federal, no mês de janeiro - reconhecidamente período de recesso naquela Casa –, pagou horas extras a um total de 3.883 funcionários, por ‘trabalhos complementares”, conforme alegam, quando não houve registro ali de qualquer atividade parlamentar. Tal ato de corporativismo foi tão absurdo que logo tomou conta das primeiras páginas dos jornais, indignando a população. A partir daí, desnecessário é abordar outros absurdos.
Em tudo isso, um alento: pelo menos a imprensa faz o seu papel de informar e alertar a população. Infelizmente, a mídia não é suficientemente forte para manter na memória dos eleitores todos esses atentados à Constituição e aos interesses do povo. Até porque muitos desses eleitores esquecem fácil o passado diante da primeira promessa sedutora do próximo candidato.
E lá vamos nós, eleitores, novamente para as urnas em 2010 - e em todos os futuros ciclos eleitorais. Quando vamos acertar? O que está havendo de errado com as urnas? Excesso de ingenuidade? Falta de informação? Votos de conveniência? Não se sabe ao certo. Os institutos de pesquisa não informam. Mas sabemos que o voto ainda é a última arma que nos resta na defesa de nossos interesses, é a expressão máxima da democracia. E vamos continuar votando, até acertarmos, até conseguirmos eleger homens e mulheres de bem, que realmente legislem para os milhões de brasileiros que, com seu voto, lhes dão procuração legítima para agir única e exclusivamente em seu nome.
Brasileiro vota errado ou vota iludido?
E lá vai o povo, mais uma vez, rumo às urnas em 2010, movido pela esperança, pela conveniência ou pela ingenuidade. Lá vai o povo, com suas mãos, eleger homens públicos que os representarão no Congresso, no Poder Público, como fiéis guardiões de seus direitos e necessidades, conforme prometeram nos palanques ou nos ‘horários eleitorais’, com todos os requintes da boa retórica.
A história se repete. Repete-se cada vez mais espantosamente, porém causando cada vez menos espanto - parece até que estamos nos acostumando com a impunidade. A história se repete. Tempos depois, abriremos os jornais e veremos manchetes do tipo: “Funcionários do Senado recebem hora extra em mês de recesso”; “Corporativismo impera no Congresso Nacional”; “Partidos se aliam para votação no plenário”, e por aí vai. CPIs importantes são arquivadas. Conselho de Ética só existe no nome e para uma ética muito própria e particular dos parlamentares. E os raros “Quixotes” que existem por lá, e ainda sobem ao plenário para falar em nome do povo ou legislam em defesa dos reais interesses da nação, são calados, neutralizados e ridicularizados pelo poderoso jogo articulista dos que legislam em causa própria e são ávidos de poder.
Este foi o destino do nosso voto? Até quando? Hoje vemos, especialmente nos tapetes azuis do Senado – casa por onde passou Rui Barbosa – antigos vilões voltando à cena para dar as cartas, e na Câmara, há deputado que tem até “castelo” (Edmar Moreira – MG, sob investigação). Vemos partidos e ideais se diluírem nos balcões de negociatas e enriquecimento ilícito. Vemos engavetarem os projetos de lei que realmente se revestem do sentido maior da democracia: saúde, educação, segurança, inclusão, justa distribuição de renda e sustentabilidade para todos. Onde fica a sociedade em tudo isso? Esquecida? Preterida? Mas como? Não foram esses os homens escolhidos para representá-la?
Quando um brasileiro vai às urnas, com seu voto em punho, ele ali deposita seu suor, anseios e esperanças, de um modo geral. Crédulos das promessas que ouviram, esses eleitores esperam de seus candidatos, no mínimo, decência, moralidade e espírito público na grandiosa missão de legislar em nome deles. Mas, uma vez concluído o processo eleitoral, o ciclo costuma se repetir. Cadê as promessas? Cadê a saúde? A educação? A segurança? A luta contra a seca nordestina? O basta ao desmatamento? A moralidade no Congresso? A qualidade de vida?
Atenhamo-nos aqui apenas a um fato recente, para tentar explicar os absurdos que presentemente infestam o nosso Congresso – presumivelmente, ícone maior da democracia, uma vez que dali saem as leis “deveriam” beneficiar o povo. O inusitado fenômeno, de tão eloquente, fala por si: o Senado Federal, no mês de janeiro - reconhecidamente período de recesso naquela Casa –, pagou horas extras a um total de 3.883 funcionários, por ‘trabalhos complementares”, conforme alegam, quando não houve registro ali de qualquer atividade parlamentar. Tal ato de corporativismo foi tão absurdo que logo tomou conta das primeiras páginas dos jornais, indignando a população. A partir daí, desnecessário é abordar outros absurdos.
Em tudo isso, um alento: pelo menos a imprensa faz o seu papel de informar e alertar a população. Infelizmente, a mídia não é suficientemente forte para manter na memória dos eleitores todos esses atentados à Constituição e aos interesses do povo. Até porque muitos desses eleitores esquecem fácil o passado diante da primeira promessa sedutora do próximo candidato.
E lá vamos nós, eleitores, novamente para as urnas em 2010 - e em todos os futuros ciclos eleitorais. Quando vamos acertar? O que está havendo de errado com as urnas? Excesso de ingenuidade? Falta de informação? Votos de conveniência? Não se sabe ao certo. Os institutos de pesquisa não informam. Mas sabemos que o voto ainda é a última arma que nos resta na defesa de nossos interesses, é a expressão máxima da democracia. E vamos continuar votando, até acertarmos, até conseguirmos eleger homens e mulheres de bem, que realmente legislem para os milhões de brasileiros que, com seu voto, lhes dão procuração legítima para agir única e exclusivamente em seu nome.