EU COM SEXO E ELES SEM AMOR
Ultimamente dizem que ando meio ranzinza quando falo em relação ao amor. Logo vêm as críticas: isso é um mal amado! Um bruto! Você sofreu alguma decepção amorosa...
Não, não... pra falar a verdade sempre me mantive bem em meus relacionamentos. Minhas esposas e namoradas sempre me amaram como manda a cartilha. Nunca me traíram – pelo menos até hoje não descobri. Na verdade, tiro minhas conclusões do amor corrompido como está hoje, através de minhas experiências como amante.
Uma senhora tem um marido trabalhador, que faz de tudo por ela – mas a quem as ex ele já traiu. A ela dá a comida, a roupa, o luxo... e essa senhora vem se acalentar nos braços de um Zé ninguém como eu. Ela e outras juram amor aos maridos, fidelidade, respeito... eles viram as costas, ela me liga. As outras ligam para os outros...
Não foi na experiência de amado que aprendi a desacreditar no amor; foi com a experiência de amante. Vi muitas aberrações... não foi com uma dor minha e chorando pelos cotovelos que dei o descrédito ao amor; foi com pena dos maridos inocentes que ainda não conseguiram enxergar que suas mulheres não dependem mais de liberdade de seu ninguém para viver.
O homem nunca amou porque sempre viveu livre das grades da prisão do amor. A mulher não, ela por força cultural sempre foi- num passado remoto – obrigada a amar. Justamente por ser ela a principal prisioneira desse amor. Um amor que hoje para ser vivido deve ganhar os contornos da razão!
Devemos criar uma nova forma de amar. Essa da dor desmedida, da saudade dilacerante, dos desejos sem piedade... já foi ultrapassada!
Já disse Henrique Diógenis – poeta potiguar: “ para amar, as pessoas devem pensar mais e sentir menos”.
O amor começou a morrer quando a liberdade de trair e ser canalha foi inventada.
A nova forma de amar é esquecer essas coisas do coração, de sentimentalismo e passarmos a amar com o senso lógico e racional. Fazendo-se uma triagem do que deve ser honrado: se o instinto do “ter” ou do “ser”...
...Ah, tudo bem! Já chega... agora entendam: não basta apenas sentir. Para amar deve-se matar a liberdade.
Está vendo mesmo! É como digo a vocês: agora, agorinha me chegou uma mensagem via celular – uma mulher, recatada, de boa família, boa formação religiosa, estudada... claro, bonita e gostosa! Me diz assim por esta mensagem: “venha pra minha casa agora! Meu marido acabou de viajar....quero me aventurar!”
Ah... vou indo. A obrigação de amar é deles! Ultimamente estou dando mais valor ao sexo. Pouca gente tem cabeça para amar!