CARTA A UM POETA DISTANTE

Fortaleza-Ceará-Brasil-Mundo, 7 de março de 2009

Caro poeta

Saiba: apesar de ter passado o dia todo pensando em seu aniversário, infelizmente não deu pra escrever-lhe. Anteontem saí muito cedo e muito cedo começou a chover. Toró. Toró pesado. Ao retornar à noite, encontrei a casa em polvorosa. Somente lá pras três e tantas da madrugada é que pude sossegar.

E aí? Tem chovido muito? Se tem eu não sei. Só sei que a chuva vem daí. São Pedro que o diga.

Conte-me. Qual a sensação de se comemorar um centenário no céu? Deve ser muito chique, não?

Ah! Semana passada estive em seu torrão. “Tudo de verde se veste / numa explosão de energia”, como diria Fernando Câncio. Você melhor do que ninguém sabe que “quando chove, tudo é riso e festa, / O campo e a floresta prometem fartura, / Escutam-se as notas agudas e graves / Do canto das aves louvando a natura.”

Preciso ir. Quando “entrar de férias” dê uma passadinha aqui. Será um prazer mostrar-lhe a nova Estação abarrotada de livros contando nossa história e a de outros povos. Falar nisso, deixe-me contar a última. Estamos pensando na implantação da disciplina HISTÓRIA DE IPU nas escolas do município. Vai ser legal... Vai! Tenho certeza de que o prefeito vai comprar essa ideia.

Vem, Patativa, vem rever “o véu de noiva do Ipuçaba, / Num murmurejar que não se acaba.” Vem rever minha “Terra querida, Ipu minha eterna saudade.”

Nada mais, por enquanto, de seu eterno admirador.

AS