ERA UMA VEZ MÁGICA
- “Escuta papai, agora é minha vez”! Assim falou Sofia, toda entusiasmada na troca de histórias com seu papai. Ele já dando uns cochilos, disfarçados, simulou entusiasmo e alegria: - “Vamos lá! Estou ansioso, pode começar”.
- “Era uma vez uma menina triste. Era triste porque não tinha um irmãozinho para brincar e fazer estripulias. Tinha um cachorrinho, o Joli, com o qual sorria, fugia para o quintal, mas não era a mesma coisa. Começou então a rezar para o seu Anjo da Guarda todas as noites: - ‘Por favor, Anjinho da minha Guarda, traga-me um irmãozinho’. Assim passaram-se meses e nada! Resolveu então fazer uma mágica. Com bastante água e barro, foi criando o seu sonho. Começou pela cabeça. Fez tudo muito bem certinho; olhos, nariz, boca... até os cabelos conseguiu através de um velho pente. Depois fez pescoço, braços, corpo, duas pernas, tudo perfeito. Preciso fazer o sexo. Será que vou dar conta?! Fez duas bolinhas e, com um pedaço de barro, fez um enroladinho. Ficou perfeito! E, agora, meu Deus! Ele precisa andar, correr, e brincar comigo. Como fazer? Lembrou da aula de catecismo, onde Deus criara o homem e soprou-lhe para lhe dar o espírito. Assim fez. Soprou nas suas narinas com muita fé, dando-lhe uma alma. Joãozinho, assim foi chamado, levantou-se, e animado e feliz, tomou as mãos de sua irmã e disse: - ‘Vamos brincar’? Alegres, correndo saíram pelo quintal e brincaram até a noite chegar. Sofia nunca mais foi menina triste”.