Carteirinha de torcedor
Somos mesmo o país do futebol. O governo está preocupado com a violência nos estádios e pretende criar “carteirinhas” para que os torcedores tenham mais segurança. Claro que quanto mais segurança melhor, mas a prioridade são os estádios? Pergunte isso aos professores, diretores, alunos e parentes de alunos de escolas públicas. Hoje um professor de escola pública sofre violências de toda ordem; salários irrisórios, falta de perspectivas na carreira, agressões morais e físicas. A violência na escola é corriqueira, com o passar do tempo a sociedade foi se acostumando e não dando a importância devida a esse fato. O respeito foi se perdendo, e o professor ou o diretor de uma escola pública (algumas particulares também) não consegue controlar a violência na sala de aula ou nas dependências da escola. Alguns alunos não estão lá para estudar e sim para perturbar, são os “hooligans” da escola, não respeitam ninguém, ameaçam, picham, batem, destroem e o pobre professor, graças à inteligência dos políticos (pelo menos em São Paulo) são obrigados a promover o aluno para a série seguinte mesmo sem as mínimas condições. Isso é o mesmo que identificar um torcedor violento num estádio e lhe conceder uma cadeira cativa nesse mesmo estádio.
Não se pode conter a violência nos estádios com “carteirinhas”, a violência deve ser contida durante a formação do cidadão, nos lares, nas comunidades, nas ruas e principalmente nas escolas. Salários dignos aos educadores, autoridade, respeito e punições aos infratores mirins ou adolescentes. Se isso ocorrer eles saíram com “carteirinhas” de cidadãos prontos para os estádios de futebol e para a vida. Pensem nisso!