Apenas um gesto
Num gesto tão singelo, uma amiga tocou-me o coração. Como de costume nos encontramos aos sábados, e embora com a cabeça fervendo, me sentei para ouvi-la, colocar a conversa em dia, pra depois irmos para a sala que é uma verdadeira sauna; um som irritante, junto às vozes das colegas me faz sair de lá com a sensação de que todos os sons permanecem; mesmo depois de horas; queimando-me os miolos.
Calor, tarefas, exercícios. Ufa!!! De repente, ela me fala que havia feito uma visita a um dos maiores escritores brasileiros - me perdoem os grandes intelectuais – a Severino Rodrigues de Moura. Pouco conhecido, nordestino roxo que tem uma alma de menino. Nos seus livros não se encontram uma sofisticada linguagem, mas num dos livros que mais mexeu comigo, Severino conta o que viveu nessa terra nordestina, criando os filhos para chegarem numa faculdade, para não terem que passar pelo que ele passou.
Segundo um comentário, feito por Pedro Afonso - Jornal do Comércio sobre a mensagem passada pelo autor desse livro: ¨Se os recursos materiais não permitiam maior avanço, todos se conformavam em reduzir a marcha. Diminuir a velocidade. Aguardar melhores tempos. Não ser forçado a recuar depois de um passo à frente.¨ Lição de vida.
Minha amiga percebeu que a mensagem desse livro havia me tocado profundamente, e quando na casa desse escritor teve o privilégio de ganhar uns dois ou três livros, lembrou de pedir ¨Memórias de um Camponês¨, no que foi prontamente atendida, e ainda o escritor gentilmente me fez uma dedicatória. Obrigada amiga. Obrigada Severino Moura. Vocês tocaram-me de uma forma que não tenho palavras para me expressar.
Através de pequenos gestos falamos mais alto do que se fizéssemos um discurso; minha amiga conseguiu me passar uma grande mensagem. É, este livro deve ser lido, e na medida do possível deve ser analisado, porque o autor conseguiu colocar em prática: ¨impavidez, confiança, dignidade¨, e essas coisas fazem parte da vida dos fortes.
João Batista da Silva, Juiz do Trabalho,declara acerca desse livro:¨Várias passagens do livro emocionam até às lágrimas¨...Pensei que só eu fosse manteiga derretida. Cada página me fez sorrir, sonhar, viajar, chorar, torcer, acreditar...
Ao escrever essas linhas, tendo na minha mão ¨Memórias de um Camponês¨, me emociono por ver que vale a pena sonhar, insistir, perseverar; Mesmo que tudo dê errado e não saia do jeito que lutamos; há uma certeza de que agimos, tentamos, buscamos. É melhor perder desse jeito do que não vencer por nunca ter tentado