Entre a Cruz e a Espada

Nunca me senti tão perto da cruz. Aquela que brilha intensamente, mas ao mesmo tempo é um fardo enorme. Aquela que simboliza a minha salvação e, em contrapartida, o meu martírio. Ou então a minha força divina em colapso com minha fraqueza humana. Aquela que, dizem os sábios, tem o peso que supostamente posso agüentar. Por vezes, não agüento. Torna-se aquela a qual eu caio de joelhos – e rezo.

Nunca me senti tão perto da espada. Aquela que me põe a lutar, mas ao mesmo tempo me fere por dentro. Aquela que simboliza minha bravura, minha coragem, minha persistência. Minha responsabilidade, minha agressividade, minha presença. Que trava duelos épicos e vence, mas por vezes, uma vitória banhada a sangue. Aquela que me dá a honra e o mérito de um cavaleiro. Com o direito de matar – ou proteger.

Entre a cruz e a espada, entre castelos e escadas, entre tormentas e cruzadas…

Me sinto mais como um andarilho.