POR QUE NÃO FALAR DE BAUDELAIRE E OUTROS TAIS?
Refiro-me ao enfant terrible Charles Baudelaire de “Spleen de Paris”, que nasceu pelos idos de 1821 e se foi em 1867. Diz a história que ele já nasceu zangado, desde a infância entrou em conflito com o mundo que o cercava. Na juventude esse conflito transformou-o em boêmio incurável , que se auto violentava com ópio e maconha e escandalizava Paris ao lado da mulata Jeanne Duval, sua amante. Baudelaire refugiava-se no misticismo em busca de experiências exóticas e no culto da “arte pela arte”, através do qual procurou afirmar sua individualidade e seu desprezo pela sociedade. Ao publicar seus mais belos poemas, “As Flores do Mal”, foi acusado pela lei francesa de atentado contra a moral. Afirmava que a finalidade de sua poesia era “extrair a beleza do mal” e comunicar aos homens a tragédia essencial do ser humano, dividido entre Deus e o diabo. A coletânea “Paraísos Artificiais” e Spleen de Paris completam a sua obra. Do poema Madrigal Triste, que faz parte das Novas Flores do Mal, estes versos “ Que me importa que saibas tanto? / sê bela e taciturna! As dores /`A face emprestam certo encanto , / Como à campina o rio em pranto.
Tenho outras predileções literárias, entre elas Jorge Luiz Borges, Nietzche, Shakespeare e outros tantos. Sobre Borges perguntado certa vez por que escrevia, respondeu citando Stevenson, que dizia: “todo livro é uma carta circular que a gente manda aos amigos”. Quanto a sua obra, Borges invocou uma frase de Wells: “ A mim, as obras-primas acontecem ou não acontecem. Em todo caso, não importa.” De Nietzche, duas reflexões: “ talvez eu saiba melhor porque o homem é o único animal que ri: só ele sofre tão torturantemente que foi obrigado a inventar o riso”. “Meu tempo não é o de agora, só o dia que virá depois de amanhã, é que me pertence’. De Shakespeare: “Morrer – Dormir – Nada mais”. (Hamlet).
Por hoje é só, amanhã tem mais...
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