Ciúme de Mulher.

Quando a suspeição bate à porta incomoda, contamina. E surge entre a fragilidade que nos peca, podendo evadir-se e num mínimo instante tornar-se eterna, então o caminho de volta será dificultoso demais. A desenvoltura e permanência desse sentido é diretamente proporcional à segurança ausente que o momento nos trouxer. Há um liame mínimo que separa a suspeita da pressuposição, e esta da certeza – isso no que tange os relacionamentos, onde o silogismo, diferentemente da prática científica, pode desenvolver-se rapidamente ainda que suas proposições mantenham entre si uma lógica irracional. Dessa forma, poderíamos dizer que a teoria criada parte de pressupostos puramente especulativos e emotivos.

Em alguma leitura que fiz obriguei-me a ceder ao fato de que o ciúme decorre em grande influência de nossa insegurança, já que nos deve ser óbvio a instabilidade nascida nessas circunstâncias, podendo assim refletir-se no vislumbre de qualquer fertilidade que alimente – e acompanhe – o estado volúvel. Essa fragilidade não se instala à bel prazer de qualquer acontecimento, tem sua origem fincada em um (ou uns) fato determinado que tenha resultado num insucesso, ou seja, o estado nasce da expectativa frustrada, instalando automaticamente no subconsciente a idéia de fracasso e, consequentemente: insegurança.

Para isso, não há exigência de que o fato frustrado tenha qualquer relação entre os campos em que se propaga a falta de segurança, tomando como exemplo a premissa inicial de uma demissão no trabalho. Pois bem, tomando como agravante que o sujeito não considera a hipótese desse ato, é demitido. A surpresa com o fato produz automaticamente a idéia de fracasso pessoal, mas não de fator superveniente qualquer – como o corte natural de pessoal, crise econômica na empresa, falência, etc. – instalando um estado psíquico de cautela exagerada, de insegurança quanto às próprias ações. Isso irá refletir diretamente em todas as ações que o complementam, pois o indivíduo passa a considerar maior probabilidade de evolução da metade negativa de suas ações.

Maior complexidade quanto esta análise no universo feminino, já que esta natureza é também regida em larga proporção pelo emocional, que muitas vezes confronta a “razão social” imposta pelo modelo masculino generalizado (que isso não soe como manifestação feminista, mas tão somente como fato social). O estado psíquico das mulheres é periodicamente mutável, influenciado pelo estado emotivo em que seus hormônios encontram-se, e aqui não me refiro às modificações conceituais, mas à intensidade do impacto produzido. Assim, a mulher poderá desenvolver com maior facilidade o sentimento de insucesso, principalmente quando este ocorre em consonância com sua fragilidade natural. Daí decorre o ciúme.

Retornando ao resultado proposto inicialmente, a insegurança que se instala nesse momento desencadeia um processo involutivo no segmento “relacionamento”, donde a compreensão do parceiro será decisiva para o desenrolar dos acontecimentos. A mulher inserta nesse estado passa a estar volúvel a toda e qualquer ação, vislumbrando em maior extensão os detalhes que possam fundamentar sua suspeita. Acredite, esses detalhes são mínimos e definitivos. Inaugura-se assim a problemática de uma relação à dois, onde o problema é gerado do pólo visivelmente mais fraco, porém viciado. É válido ressaltar que esta análise não considera a suspeita fundamentada em ações reais que sugiram traição, limita-se a falar unicamente do ciúme infundado, da suspeita sem razão.

O parceiro tem o papel essencial de contribuir para a desmistificação psicológica da mulher por meio de suas atitudes, que deverão concentrar atenção, companhia e interesse, elementos estes que contribuem para a restituição da segurança sentimental. É um processo que demanda extrema paciência do gênero masculino - que é naturalmente objetivo, motivo pelo qual larga escala de relações dissipam-se neste instante. Entretanto, a maior e mais incisiva percepção desta condição não deverá partir do parceiro, mas da própria mulher, que deve reconhecer o estado anormal e promover uma auto-crítica a partir de reflexões. Estas certamente terão celeridade de superação se promovida a partir de auxílio profissional especializado, conjugando ainda com atividades que estimulem o relaxamento tanto da mente quanto do corpo. Exercícios físicos e contato com a natureza são determinantes para o sucesso, em qualquer estado emocional! A mulher respira emoção, mas precisa ter cautela ao exagero dessa respiração.

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Ie
Enviado por Ie em 10/03/2009
Código do texto: T1479164
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