os medíocres venceram, mas que diferença isso faz?

Saio de casa de manhã e noto que o o dia está claro, mas não me importaria se estivesse chovendo. Que diferença isso faz? Pego a rua e observo os predios com paredes rabiscadas na imensidão cinzenta que acostumamos a cahamar de civilização. Quem fez os rabiscos o fez pensando que estava fazendo algum tipo de arte rebelde certamente. De certa forma ele tem o direito de pensar assim porque no mundo pós-moderno de hoje qualquer rabisco é considerado arte. Passo em frente a uma galeria de arte mas não entro. Não estou interessado em ver nenhum rabisco que pretende ser arte, já me basta os da rua. Mas que diferença isso faz?

Eu ligo o rádio e ouço as notícias que vendem manchetes (violência, corrupção...). Os economistas dão suas opinões, aquelas que mais agradam quem pagam seus salários: os ricos. Então eu mudo de estação, vou ouvir música. Mas a música que toca é aquela da qual você não pode falar mal porque senão vão dizer que você tem preconceito contra aquilo que o povo gosta, como se quem cantasse/tocasse aquilo tivesse o compromisso de representar algo que retratasse as pessoas e não os números de sua conta bancária. Mas que diferença isso faz?

Eu desligo o rádio e paro em frente a livraria. Mas não entro. Sei que ali insistem em mostrar os intelectuais e suas mesmices, os amigos dos intelectuais e seu oportunismo, as pessoas famosas e suas idéias simplórias... não há nenhuma cara nova, mesmo com tanta gente por aí querendo dizer o que pensa e sem ter quem aposte nelas. E assim eu vou em frente. Pra onde não importa, sou apenas mais um dos medíocres que ajudam a girar essa roda gigante da modernidade. Mas que diferença isso faz?