Do rouge ao blush

Que coisa mais antiga falar em rouge, não? Depois que virou blush – não Bush – todo mundo se esqueceu dele. Que nem deve ter ficado blush de vergonha, até se eternizou registrado no Aurélio, “ruge: cosmético em pó ou em pasta, de uma tonalidade que varia entre o rosa e o vermelho, usada para colorir as maçãs do rosto”...

Para mim ele traz à lembrança as festas juninas da infância, quando me deixavam fazer aquelas rodelas nas bochechas, acrescidas de alguns pontinhos pretos. Mais tarde, quando já podia me maquiar mesmo, nunca dava certo. O rouge era sempre tão rosado que não combinava com meu bronzeado. Acho que tinha desandado, virado rosé...

E por falar nisso, um dia fiquei rouge de vergonha, ao descobrir que na França rouge é o baton, que por lá não é baton como aqui. “Rouge à lèvres” é o nome certo, mesmo que seja arroxeado, rosado,

alaranjado... Gozado, né?

Pior que isto pra envergonhar - sem poder maquiar - só as aulas, de soutien, que tive que dar!

Mas estas ficarão para um outro dia, agora não dá pra contar...