CIDADE SEM RUAS
Sempre gostei de contemplar a rua. Ela é o palco da vida, em cujo cenário, vivo, dinâmico e constante, se repetem inúmeras histórias. Tela imensurável é a rua. Repleta de situações misteriosas, ela nos apresenta tomadas de cenas, rapidamente esquecidas aos nossos olhos. Algumas captadas nas fatigadas retinas e guardadas numa página da memória. Outras abstraídas num lampejo sem registro na lembrança.
A rua é o mais democrático espaço da liberdade, tal como a lua e o sol que nela se esparramam em diferentes brilhos. Aliás, não há combinação de cores mais perfeita do que o auriverde a expandir-se nas ensolaradas manhãs brasilienses, quando imensos e floridos gramados brilham ao sol que dá de cara horizontalmente neste planalto. E é neste cenário que as ruas guardam mistérios insondáveis, fugidios, em rostos passantes a se perderem na anônima multidão. Por isso gosto de vê-las, oculto e silencioso, mas integrado, tal como um personagem narrador/observador.
Curioso escrever sobre ruas numa cidade onde elas não há. Entre tantas singularidades que caracterizam Brasília, talvez a ausência de ruas seja uma das mais notáveis no formato de avião no qual ela foi planejada. Daí por que duas grandes asas se subdividem em quadras e superquadras, substituindo as tradicionais ruas nomeadas, de que são formadas outras cidades. Não havendo ruas, não há esquinas. Este é outro detalhe tão surpreendente quanto a ausência de bairros aqui denominados de cidades satélites, pelo fato de circundarem a área do Plano Piloto, que é a Brasília propriamente dita.
O moderno e o inusitado estão presentes em cada espaço desta cidade, cujas pistas retas, largas e planas, emolduram-lhe a arquitetura acentuada por um constante toque de leveza, como se cada palácio, edifício ou bloco residencial suavemente repousasse sobre suas colunas. Típicos exemplos disso são o Palácio da Alvorada e a Catedral. Esta, vendo-a de fora, parece mãos postas, conjuntamente erguidas ao céu. E é no subsolo daquela obra prima que o templo se projeta. O Teatro Nacional parece destoar na exterior forma de pirâmide, mas interiormente o modernismo já surpreende e impressiona desde o foyer à amplitude da sala Villa- Lobos.
Em Brasília, tudo foi planejado setorialmente. Cada ramo de atividade no adequado espaço próprio. Setor Comercial, Setor Bancário, Setor Hoteleiro, Setor de Embaixadas, Setor de Clubes, Setor de Rádio e Televisão, Setor de Autarquias, Setor de Diversões, Setor de Indústria, (até Setor de Motéis).
O Park da Cidade é a maior área de Lazer da América do Sul. O Centro de Convenções atrai os grandes eventos e atualmente shows de grande porte. Memorial Jk, Palácio do Buriti, Congresso Nacional, Itamarati, Palácio do Planalto e Palácio da Alvorada, são pontos imperdíveis aos turistas. Igualmente o Catetinho, Ermida de Dom Bosco.
As ruas, ou melhor, as quadras de Brasília se humanizam miscigenadamente associando sotaques e culturas, do que resulta uma síntese do Brasil pulsando-lhe o coração.
E andar em Brasília, transitar por suas quadras, asas e eixos, contornar-lhe os retornos, ultrapassar seus túneis circulando tesourinhas, ou velejar no lago artificial Paranoá, é algo próprio daqui que se apresenta sempre novo e belo à contemplação.
Sempre gostei de contemplar a rua. Ela é o palco da vida, em cujo cenário, vivo, dinâmico e constante, se repetem inúmeras histórias. Tela imensurável é a rua. Repleta de situações misteriosas, ela nos apresenta tomadas de cenas, rapidamente esquecidas aos nossos olhos. Algumas captadas nas fatigadas retinas e guardadas numa página da memória. Outras abstraídas num lampejo sem registro na lembrança.
A rua é o mais democrático espaço da liberdade, tal como a lua e o sol que nela se esparramam em diferentes brilhos. Aliás, não há combinação de cores mais perfeita do que o auriverde a expandir-se nas ensolaradas manhãs brasilienses, quando imensos e floridos gramados brilham ao sol que dá de cara horizontalmente neste planalto. E é neste cenário que as ruas guardam mistérios insondáveis, fugidios, em rostos passantes a se perderem na anônima multidão. Por isso gosto de vê-las, oculto e silencioso, mas integrado, tal como um personagem narrador/observador.
Curioso escrever sobre ruas numa cidade onde elas não há. Entre tantas singularidades que caracterizam Brasília, talvez a ausência de ruas seja uma das mais notáveis no formato de avião no qual ela foi planejada. Daí por que duas grandes asas se subdividem em quadras e superquadras, substituindo as tradicionais ruas nomeadas, de que são formadas outras cidades. Não havendo ruas, não há esquinas. Este é outro detalhe tão surpreendente quanto a ausência de bairros aqui denominados de cidades satélites, pelo fato de circundarem a área do Plano Piloto, que é a Brasília propriamente dita.
O moderno e o inusitado estão presentes em cada espaço desta cidade, cujas pistas retas, largas e planas, emolduram-lhe a arquitetura acentuada por um constante toque de leveza, como se cada palácio, edifício ou bloco residencial suavemente repousasse sobre suas colunas. Típicos exemplos disso são o Palácio da Alvorada e a Catedral. Esta, vendo-a de fora, parece mãos postas, conjuntamente erguidas ao céu. E é no subsolo daquela obra prima que o templo se projeta. O Teatro Nacional parece destoar na exterior forma de pirâmide, mas interiormente o modernismo já surpreende e impressiona desde o foyer à amplitude da sala Villa- Lobos.
Em Brasília, tudo foi planejado setorialmente. Cada ramo de atividade no adequado espaço próprio. Setor Comercial, Setor Bancário, Setor Hoteleiro, Setor de Embaixadas, Setor de Clubes, Setor de Rádio e Televisão, Setor de Autarquias, Setor de Diversões, Setor de Indústria, (até Setor de Motéis).
O Park da Cidade é a maior área de Lazer da América do Sul. O Centro de Convenções atrai os grandes eventos e atualmente shows de grande porte. Memorial Jk, Palácio do Buriti, Congresso Nacional, Itamarati, Palácio do Planalto e Palácio da Alvorada, são pontos imperdíveis aos turistas. Igualmente o Catetinho, Ermida de Dom Bosco.
As ruas, ou melhor, as quadras de Brasília se humanizam miscigenadamente associando sotaques e culturas, do que resulta uma síntese do Brasil pulsando-lhe o coração.
E andar em Brasília, transitar por suas quadras, asas e eixos, contornar-lhe os retornos, ultrapassar seus túneis circulando tesourinhas, ou velejar no lago artificial Paranoá, é algo próprio daqui que se apresenta sempre novo e belo à contemplação.