Brincadeira Perigosa
Falava outro dia sobre homossexualismo e respeito e pude sentir que, principalmente para os homens, ainda é uma coisa que incomoda, e muito. Os machos que apreciam mulher não admitem que integrantes de sua espécie apreciem algo distinto. Como se o contexto genético pudesse ser alterado em função de uns e outros que tomaram caminhos e atitudes diferentes.
Já as mulheres são muito mais abertas a estes acontecimentos naturais da espécie humana. Percebo que não vêem e não sentem o homossexualismo como uma ameaça a própria feminilidade. Pelo contrário, travam amizades com homossexuais de ambos os sexos numa boa. Numa roda de conversa (destas quentíssimas), em que assunto era a preferência pelo mesmo sexo, uma das mulheres levantou a voz num misto de sorriso e indignação e disse: “Homem que é homem não tem que temer nem criticar, tem é que se garantir.” E o papo acabou aí.
Até aí, tudo bem. Penso que é assim que deveria ser. Cada um com sua preferência e respeito às preferências distintas. Mas por outro lado, existe um fato preocupante ocasionado pela própria evolução. Desde a década de 60, com a luta contra a estigmatização da homossexualidade que se intensificou nos anos 80 e atualmente rende frutos vistosos, as mudanças de modos e costumes impressos pela liberação sexual vêm refletindo (a meu ver) de forma desmedida no comportamento dos jovens.
Meninas de 13 a 17 anos têm aderido ao modismo de atitudes ousadas entre si. Andar de mãos dadas, trocar carinhos insinuantes e beijar na boca está se tornando comum entre elas. O preocupante é que isto tudo fica melhor se for feito em público, a luz do dia, para chocar. Sendo assim, a atitude homossexual passa de uma opção natural a um comportamento forçado e, o que é pior, tem se tornado quesito necessário para aceitação em certos grupos. Ou seja, muitas fazem para não parecerem caretas.
Isto pode ser (na maioria das vezes é) apenas uma manifestação da idade que com o tempo se ameniza e desaparece, não deixando nenhum rastro de transtorno sexual nas garotas. Todavia, vou me utilizar da frase que diz : “A sanidade e a loucura estão separadas por um fio”. Isso quer dizer que, brincar com emoções pode não ser tão inofensivo como parece, principalmente numa fase em que a personalidade oscila intensamente.
Caretice à parte, ficou comprovado que a liberação do que quer que seja é uma faca de dois gumes, ao mesmo tempo em que liberta pode ferir. Quando comportamentos são adotados simplesmente para chocar, chamar a atenção ou inserir em um grupo, a personalidade fica apoiada em bases frágeis e prontas a despencar a qualquer momento. Os pais mais uma vez temem agir errado e, entre a repressão e a liberação, optam pela segunda opção.
Com a liberdade bailando solta entre filhos confusos, a vida sem limites dá os sinais de que algo está saindo errado. O velho questionamento entra em cena, batendo na porta dos pais liberais: Será que é isto mesmo que a meninada quer?