Imagem - Google images - Praia do Cotovelo - Natal (RN)
AI! CANSEI....
Cansei-me de tudo um pouco. Efeitos dos tempos? Do calorão do deserto que faz aqui e nem uma aragem para ajudar? Da crise mundial? Sei lá! Mas cansei-me! Estou cansada de Internet, da TV com as mesmices irritantes, do livro que estou lendo – chato que dói – do telefone que me chama constantemente, de abraçar problemas alheios - dos alheios!
Estou até aqui das brigas no Senado Federal, do Collor que voltou com a corda toda - e todos fingem que nunca aconteceu todo aquele escândalo - de todos os escândalos que nunca deixaram de acontecer, dos castelos e palácios adquiridos com o suor dos desvalidos trabalhadores, das CPIs sem conclusão e só nos tornam mais idiotas ainda.
Estou cansada das fobias insanas, dos assaltos e mortes de inocentes, dos duelos entre policia e traficantes nos morros do Rio de Janeiro, assustadoramente rotineiros, destruindo aquela bela cidade e das promessas - “estamos tomando as providências devidas!”.
Cansei-me da prática nojenta da pedofilia, de crianças sendo abusadas e engravidadas aos nove anos de idade, da impunidade que vigora, do pobre que não mora em lugar algum – esconde-se! Ah! Meu Deus, mas onde? Onde começa e onde termina o meu cansaço?
Cansei-me! Da filosofia, da nostalgia, da ausência de alegria, do meu dia a dia, da falta de esperança, das alianças. Estou cansada dos silogismos, dos eufemismos, dos exacerbados egoísmos. Cansei-me de buscar a felicidade. Se ela passou por mim, eu não percebi.
Estou cansada, muito cansada, mas não morta e sepultada. Ainda restam-me forças suficientes para lutar contra as adversidades, contra as maldades, contra este cansaço. Cansei-me de ficar cansada!
Quero mesmo é aportar em Brasília, degustar o Caussolet de Claraluna, sem medo de engordar. E, se tempo me restar – se não, eu o farei - viajar até Natal, tomar sol na praia branca de Zélia Freire, mergulhar nas águas azuis daquele mar - tão azuis quanto seus olhos - deitar-me à sombra refrescante de uma palmeira e ler um bom livro, sem hora para retornar!
**Aproveito e fico para a festa de seu aniversário amanhã!**
Quero frio, não agüento mais esse calor de asfalto... Que horror!