O LADO SOMBRIO DO MEU EU
“Tranqüilo é o fundo do meu mar. Quem adivinharia que oculta monstros divertidos”. Este é o Mar de Zaratustra. O fundo do meu mar não é tranqüilo e os monstros que existem nele não são divertidos, a mim parecem prontos a darem um salto na minha direção e quanto mais corro fugindo deles, não saio do lugar e nem a minha sombra consigo pular. Preciso voar para mais longe de onde estou; mas que adianta, eles me seguirão, eles vivem dentro do meu mar e o mar em mim. Que me dêem uma máscara, então! Pra quê? A minha própria cara já não é uma máscara? Ah, quantos enigmas e eu não os consigo decifrar... Sou a ruptura dos meus próprios pensamentos Preciso pedir ao pai..., mas ao pai de quem, para afastar de mim este cálice? Não, eu não quero pedir nada, só quero subir na mais alta montanha, abrir os meus braços e proclamar alto e bom som a minha liberdade, para depois deixar-me despencar num vôo livre e feito Ícaro, de asas derretidas, afundar nas águas profundas de um oceano qualquer, afogando comigo o lado sombrio do meu eu.