afectos

Gosto de escrever sobre afectividades e especialmente sobre a "esquisofrenia" que os afectos podem despoletar quando são descompensados. Apego-me a esta palavra um pouco arredada do aspecto clinico é mais do envolvimento que ela concede. 
É evidente que falando de afecto fala-se de amor e ,falando de amor, emoção, que é o pilar da vida saudável ,porque ao estabelecer relações amigáveis busca também conhecimento e, vem atrás um rol de sentimentos , que se desenvolvem de acordo com a expressividade que esse sentimento toma, e fortalece ou destroi. Mas para não ser tão radical,prefiro dizer que diminui e enfraquece esse amor .
E há mais,o medo da perda, seja morte ou afastamento, intimamente ligados a afectividade, arrastam consigo a raiva, o temor, a inveja, o ciume, a saudade, e por ai fora.... vai ao crime ao suicidio à doeça .....
A afectividade é pois uma mistura de muitos sentimentos, que se interligam entre si, de acordo com a evolução, que esse sentimento toma para uma relação equilibrada e plena.
Mas não é tudo e, eu não me quero alongar, senão teriamos aqui pano para mangas, como por cá se diz, quando um assunto é muito condimentado e muito vasto como este dos afetos.
Pois há a sobrepor-se a tudo o que disse algo muito importante que não pode ser dissociado , o prazer; nada se atinge se não houver prazer e, o desejo de se alcançar esse prazer abre o caminho da alegria da felicidade.
"Kant dizia: se Deus quisesse que fossemos felizes não nos permitia ter opiniões"
O que não é prazeiroso não apetece já pensaram? pois afecto não existe sem prazer e sem o tal medo, esse medo que diverge em muitos caminhos..
Esta opinião é minha mas acente em experiencia de vida . É oportuno dizer aqui que tudo o que escrevo parte da esperiencia pessoal e da vivencia com o mundo que me rodeia, nem tudo é pessoal , claro seria impossivel.
Há sim pósinhos de imaginação e porque não delirios?  há por aqui muita ficção e, muito do meu conhecimento do contacto com as histórias dos outros, que a minha vida profissional me proporcionou.
Enveredei pelo caminho da poesia mas, talvez me realizasse mais, se essa poesia fosse o condimento da prosa, escrevendo histórias de vidas. Talvez os poemas sejam mais fáceis e a crónica mais longa e mais trabalhosa.
Faltava-me aqui referir porque escolhi ligar afectos a esquisofrenia.para quem sabe o alcance desta palavra dá medo e parece que nem devia ser enquadrada aqui nos afectos mas eu gosto de a analizar. 
Como sabem ,a esquisofrenia é um desarranjo do pensamento, que se fragmenta em mil pedacinhos e, é quando me afundo em palavras, que por vezes receio serem fortes demais para poesia, eu estou a fragmentar as palavras e dar-lhe um sentido frenetico e quiça esquisito, que poderá parecer enquadrar-se no campo do desvio do pensamento lógico e do ponto de vista da psicopatia do universo obsessivo do pensamento insolito, que vitima pela força que traz consigo. 
Dá-me um certo prazer confrontá-lo com a realidade da vida com que nos defrontamos, nós os seres que julgamos ter uma afectividade sã porque nos colocamos no lado de cá na parte saudável e descuidamos o outro lado aquele que pouco ou mal conhecemos. Então eu misturo dou força ás palavras marco a quente o ferro das diferenças, e indiferenças, estas última pertencem ao homem abstraido.
Neste campo da esquisofrenia? eu não entro é para especialistas. Eu apenas pego na palavra gosto dela interajo-a nas emoções que trabalho nos meus poemas. O lirismo por exemplo é por assim dizer uma descompensação no campo das afectividades.É o amor atribulado que provou o prazer que navegou na sua beleza mas que acaba por o chorar porque se fragmentou e esses fragmentos fazem o poema dolorido.
Todos temos um pouco de nós nesse mar tão vasto por onde navegam as esquisofrenias.Basta recordar a frouxidão de conceito revelado por Schneider (27) no seguinte passo: “Onde existe delírio na acepção legítima, existe assim sintomatologia esquizofrênica, e, portanto, se não se apura nenhuma causa etiológica, existe clinicamente esquizofrenia”.
Como o amor/ afecto é o pilar do desenvolvimento de um individuo a saude mental não pode ser dissociada porque se liga pelas emoções e tudo o que a ela não podemos dissociar.
Também não podemos esquecer que para a afectividade para ter aquele sabor tranquilizante tem que se cuidar do objecto desse amor; sujeito e objecto tem que andar a par para existir uma interação saudavel pois a afectividade descuidada gera catastrofes irreparaveis desordens de todo o tipo e as mentais são as mais graves.

Um pequeno apontamento para ilustrar
Ontem alguem veio ter comigo. Estou afastada da actividade profissional mas deixei marcas e ainda sou procurada.
O assunto : O neto não ia à escola, todos os dias tinha sono de manhã à hora de ir para a escola.
Que idade tinha o infante? Pois 18 anos quase.Fiz uma tantas perguntas, um diagnostico em cima do joelho só para mim, rodeei o ambiente familiar e umas tantas tecnicas que ainda não esqueci. Os hábitos do jovem? doente? triste? amigos? sai? não sai de casa? só dorme de dia ...e de noite?conflitos amiliares etc.... Há! mas os jogos de computador ocupam-lhe os espaços livres... e nunca o vêm estudar é que ele é muito inteligente absorve tudo nas aulas..........e por ai fora..... até que perguntei a avó; ele tem namorada? amigos? não tem?. Mas é adverso? não sei acho que já teve dizia a avó como se as interações para ali não fossem chamadas. Pois eu acho que ele precisa de uma namorada para já, disse assim como quem não quer a coisa. Esperei a reeação?riu-se. Claro que não chega teria que aprofundar mais, e uma namorada não está assim logo à mão mas saiu-me assim como receita livre.mas o assunto é sério demais isso vi logo a olho livre muitas coisas se teriam que resolver.Ele está em plena crise o mundo está a desabar sobre aquele ser. Ele precisava de afecto de estimulo.O de casa está "garantido" grita a avó grita a mãe o importante é não dar faltas as razões ficam nas entrelinhas, mas não chega.Depois, um pequeno grande pormenor ,o mesmo quarto dividido pelos dois irmãos Ah ! dissse a avó mas cada um tem a sua cama, pronto está salva a honra da casa. -pois! encolhi os ombros. Sim mas?ela adolescente já tem namoro avançado, ele quase um homem. Claro há respeito, mas não privacidade.Os seus mundos interiores coexistem em campos diferentes.Deve atrapalhar muito os dois irmãos uma mulher um homem dividirem aquele espaço exiguo. Um mal dificil de resolver mas não impossivel.bastava trocar as peças do xadrez e a coisa resolvia-se neste campo. Fui lá a casa à noite estive a jogar com ele, só para me aproximar e, conversamos cerca de uma hora.........é inteligente bom aluno os professores interessam-se mas ele está deprimido, constantemente ia à casa de banho.Não olhava nos meus olhos,muito curvado inibido, como quem lhe apetece sair daquele filme
Depois,disse á mãe e avó( nâo há mais homens dentro de casa a não ser um irmão pequenino). o que achei conveniente dizer e disse-o com certa dureza. Lembrei-lhes também que a escola tem psicologa.


Mais para a frente escrevo mais uma crónica ....se gostarem hoje apeteceu-me.... tta
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 04/03/2009
Reeditado em 05/03/2009
Código do texto: T1468341
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