Aos avaros
Há pessoas, que, arguindo suas dores, transformam qualquer manifestação positiva de afeto em degrau de onde podem, e acreditam, subverter o amor, tornando submisso às pessoas que realmente a amam. Para algumas dessas, cunhá-las de egoístas não se traduz termo correto, pois o que lhes faltam é tão-somente o objeto de seu desejo, o que, geralmente, é vil apenas a forma como se deseja; porém, resguarda ainda o ato certa inocência. Já para as demais apenas cabem a justa e capital alcunha de avarentas, porque não reconhecem a si mesmas e, tampouco, ao outro. Diga-se avareza da alma. E, sobretudo, pois, dessa forma, jamais conhecerão a gratuidade do amor, em razão de esse jamais ofertar-se para quem não enxerga a necessidade de se estender a mão ao próximo.