Ainda sobre o chá

Dizem que os ingleses, quando instalados na Índia, conheceram uma bebida chamada “tchaile”, pela qual se apaixonaram. Passaram, então, a despachar para a metrópole caixas e mais caixas de folhas desta planta, marcadas com a letra T. Por isso tomou o nome de “tea” em inglês, “thé” em francês e “te” em espanhol e italiano. Deve ser uma brincadeira, porque o nome científico do arbusto é “thea sinenesis”. Para nós, a palavra veio diretamente do chinês “ch´a”, trazida pelos portugueses.

Em vários países a preferência pelo chá na refeição matinal supera o consumo de leite ou café. Na Inglaterra toma-se chá bem forte de manhã, à tarde e à noite. Franceses também o consomem bastante, deixando o café-com-leite para as crianças. Chamam de “thé” apenas o chá preto. Os outros são “tisanes” (infusões). E beneficiam-se de todas as marcas e variedades dos chás “ingleses”, considerados os melhores do mundo.

Nós não temos essa tradição. Antigamente, sempre que alguém se via doente, serviam-lhe chá e ele se tornou, então, para a maioria dos brasileiros, sinônimo de remédio.

Hoje em dia, com a valorização de tudo que é “natural”, voltaram à moda as velhas receitas de nossas avós. Para resolver alguns males,tomamos chá.

O de erva cidreira acalma. De quebra-pedra, resolve problemas dos rins. Aquele amargo, de boldo, melhora a digestão. Infusão de folhas de guaco curam resfriado e assim por diante.

Tem até gente que abusa, vendendo miraculosos chás sabe-se-lá-de-quê capazes de deixar a pessoa magrinha, magrinha...