Amor bandido

21/02/08

Amor bandido

1930: época em que havia pouca diversão. Era de casa para a pracinha, onde as donzelas iam, para arranjar seus príncipes encantados.

Violência também existia. Quando se ouvia que Lampião estava por perto, a família ia abrigar-se com outros parentes, como forma de unir forças. Assim como fizeram os três porquinhos para se defenderem do lobo mau, assim agiram para não serem saqueados ou mortos.

As famílias iam na calada da noite, fugindo do bando de Lampião como forma de despistar os bandidos, assim qualificados naquela época. Mas, em uma dessas fugas, uma das famílias foi pega em flagrante, ao mesmo tempo em que foi salva pelo próprio Lampião que reconheceu logo Mariquinha, lembrando que era filha de Napoleão, a quem muito devia.

Não sei que dívida era aquela de tanto valor, ou se era o caso de ele ser apaixonado pela Mariquinha, assim conhecida como ‘a marquesa’: talvez a eleita de seus sonhos.

A verdade é que, assim que a reconheceu, liberou toda a família para seguir adiante, sem fazer nenhuma violência a qualquer um que estivesse na carroça.

Esta história foi contada por uma mãe para a sua filha, mas sem nunca dizer qual era a eterna dívida do chefe dos cangaceiros. O segredo foi enterrado com eles, em seus túmulos. Abrindo-os, só se encontrará pó, que será impossível de montar como num quebra-cabeça.

Hoje em dia, esta pracinha seria totalmente descartada, pois os jovens preferem shoppings, que são os lugares mais badalados do momento, para namorar e fazerem compras.

A violência de hoje é igual ou até pior, dependendo da visão de cada um: assaltos, seqüestros..., deixando todos sempre alertas e amedrontados.

Adriana Quezado

XXVII Concurso Internacional Literário - Março 2009

Classificada 14º

AQAZULAY ADRIANAQ
Enviado por AQAZULAY ADRIANAQ em 01/03/2009
Reeditado em 14/06/2011
Código do texto: T1464261
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