Brinde, sempre brindar

“Um brinde ao Domingo, ao tédio, a esse colchão imundo, onde casais (...)”. E se drogaram a noite toda.

Sobrou à alma suja, todo o elétrico que aquela porra toda me deixou.

Deixou até depois que acordei e eu nem se quer dormi.

Dor no corpo infernal, sem sono e o escarro no nariz.

Na garganta o mesmo de sempre (...).

Gosto de tudo quanto é bebida misturada na boca, fazendo uma salada só.

E nem to afim de por pra fora.

O corpo pálido, os olhos fundos e um suor que nunca cessa.

Eu sempre ouço: “quando vai parar?” -Vou parar quando sentir que cada vez vou mais longe, porque toda vez parece longe e, depois de uns dias não pareceu nada- Eu nem sei onde perdi o sono, mas to cansado pra diabo.

Sei que perdi tudo o que podia perder, mas ganhei muito mais.

Do mesmo jeito que não sei aonde essa coisa toda vai levar.

Só sei que leva.

Não sobrou nenhum cigarro.

Descobri que da pra ficar sem dormir e sem comer, só com a compania delas.

O gosto delas.

O cheiro delas.

Por vezes direi o valor de um “corpo sem nome pra abraçar com os joelhos”.

Descobri também que sempre passa.

E que não vale nada.

A não ser poesia (...).

Tem vezes que eu queria que não passasse, mas passa como o amor passa ou coisa que o valha, como noite passada.

A droga toda é que é uma droga.

Trainspotting me disse tudo e agora eu entendo.

Ou um pouco mais menos confuso.

Também descobri “o doce prazer dos últimos trocados”.

Dor de garganta desgraçada, febre, tontura (...).

Tem muito mais pra descobrir.

Um brinde então.

uell
Enviado por uell em 27/02/2009
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