Indiferença
09/02/06
Indiferença
Andando numa pracinha, observo vários vendedores oferecendo as mais belas flores e rosas de diferentes jardins. Não tenho dinheiro, somente um desejo de boa sorte para eles, que já é um grande começo. Há também uma velhinha bondosa cuidando dos netinhos dela com muito carinho.
O ambiente fica muito bonito e o ar puro dos aromas das flores perfuma minhas inspirações literárias.
Se eu pudesse, compraria todas essas rosas para alegrar o meu ambiente particular e o coração dos vendedores, que voltariam felizes para casa com a recompensa pela lida.
De repente, sinto-me perseguida, olho para trás e vejo que não é um ladrão, mas um gatinho miando, quase dizendo, que eu estou andando muito devagar, devagar, quase parando, enquanto ele, o gatinho, apesar de pequeno e magro, anda mais rápido do que eu. Ultrapassa-me. E ele fica no meio de várias pessoas, como se quisesse ser atropelado. Uma delas tem uma bengala e bate nele levemente como forma de assustá-lo, mas ele se deita à espera de afagos. Mesmo assim, ninguém o acaricia.
E eles repetem tudo de novo: uns a espera de vender rosas e outros em busca de um carinho.
Adriana Quezado
XXVI Concurso Literário
Classificada: 13ºlugar