Silêncio
Às vezes o silêncio nos traduz momentos lindos em nossas vidas;
este encontro que tento fazer comigo mesmo, me dá a sensação que preciso, para definir meus sonhos e desejos e acredito que, quando sonhamos estamos exercitando mecanismos definitivamente benéficos e interessantes que nos dão um sentido amplo de vida, do viver bem, de conceito de pluralidade, ao qual pertencemos; onde somos vítimas e vilões, agredidos e agressores, bons e maus e que, vivemos de acordo com o que estabelecemos a nós mesmos, às vezes até inconscientes, movidos a estereótipos, de coletivos pré moldados, onde tento não me encaixar nestes padrões elaborados por uma minoria intelectualizada, na qual não encontro elementos concretos e nem práticos para tal pertencer e assumir estes propósitos.
Esses padrões pífios de relacionamentos que vejo desabando dia-a-dia, que não foram criados por nós, latinos, e muito menos por nós, tropicais suburbanos, de culturas desalinhadas.
Infinitamente mais interessante que muitas culturas apodrecidas e sem propósitos de criação e inovação de caráter e individuação, como Jung já dizia, e sim este processo coletivo e porco de massa que adotamos como modelo de satisfação vazia que assumimos e que nos leva ao nada.
Possuo também a clareza de que estou nadando contra a correnteza e que a dificuldade às vezes não só cansa como enjoa. É mais fácil ser medíocre, é mais óbvio.
Às vezes não suporto esta dor, me vejo perdido, mas resisto e vivo à minha maneira, buscando a simplicidade, o amor simples, ou o simples amor que, me faz feliz porque amo e é tudo, não o condiciono, apenas amo, não me enfadonho, vivo-o como ele se apresenta, na sua plenitude, por inteiro, é assim o amor que possuo e quero que conheça. Tenho a clareza que é possível ser real, pleno, não perfeito, simplesmente amar, deixar me levar pela beleza que sua presença significa, o complemento ideal para ter-se a felicidade.