"AVENTUREIRA DO PENSAMENTO"
Quando me vejo perdida nos meus próprios pensamentos, querendo me libertar de presumíveis amarras e estabelecer teorias fora dos padrões, tidos como politicamente corretos, me vem à lembrança a figura do francês de Besançon, de nome Proudhon, (1809/1865), considerado o pai do anarquismo e que gostava de chamar-se “aventureiro do pensamento”. De alguma forma eu também me sinto uma aventureira do pensamento e como tal não me autoprogramo, não recebo tanta influência de tudo o que leio, pois nem sempre atinge o meu subconsciente, culpa, acho, da severidade do meu consciente, que é por demais analítico e bloqueador. Assim, vivo a arte da procura, da reflexão a partir da razão para retornar ao meu próprio pensamento, que de tão perdido, pode levar a me sentir uma “Coisa, coisamente” (Eu Etiqueta / Drummond) Citei Drummond, lembrei existencialismo... “Nem existir é mais que um exercício / de pesquisa de vida um vago indício, / a provar a nós mesmos,que vivendo,/ estamos para doer, estamos doendo”. Há quem afirme, que o amor na visão existencialista de Drummond, seria um sentimento dialético que provoca a eterna vontade de seguir, isto porque assim ele poeticamente se expressou: “Amor é o que se aprende no limite / depois de se arquivar toda a ciência / herdada ouvida / Amor começa tarde.” E, hoje, como estou me sentido nauseada deixo para os finalmentes, ainda Drummond, “A Flor e Náusea” ...Uma flor nasceu na rua/ ... É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio”.