Favelas e Ocupações Irregulares - É isso mesmo ?
Onde procurar os responsáveis pela instalação, manutenção e crescimento das favelas que assolam a cidade do Rio de Janeiro? Que tal olhar dentro de nossas casas, e um pouco depois, retomar um pouco da memória do nosso Brasil.
Vivemos em um país que foi um dos líderes mundiais de “importação” de escravos. Usufruímos de sua mão-de-obra, sem custos. Tiramos até a última gota de suor deste povo e depois demos a “liberdade”. Que opção estes recém libertos tiveram? Esperar a morte chegar ou continuar trabalhando por um prato de comida ou, num caso raro de sorte, por míseras moedas. E foram estas míseras moedas que permitiram a manutenção de suas famílias no que restou dos antigos quilombos. Condições sub-humanas mas a única possível, afinal, seus antigos “donos” e a própria Coroa, lavaram as mãos, se colocando no altar dos benevolentes por terem dado o presente da liberdade. Na verdade abririam as portas da miséria e do abandono de uma futura geração.
Vivemos hoje em um país que “serviçais” fazem parte do dia-a-dia de qualquer classe social. Muitas famílias tem uma empregada doméstica, fixa ou não, ou uma faxineira semanal, ou uma babá, ou uma manicure ou pedicure ‘em domicílio´, uma cabeleireira , costureira, etc... Gostamos do conforto do serviço feito em nossas próprias casas. Gostamos dos serviços rápidos, na hora marcada e no dia certo. Mas gostamos de pagar pouco. Gostamos e pagamos pouco. Gostamos de contratar quem mora perto pois é elevada a despesa com o transporte coletivo. Então vamos querer que eles morem onde? No prédio ao lado? Em um bom sala e dois quartos da zona sul ? Em endereços onde nós mesmos reclamamos do alto custo de vida? Empregados...eles são empregados... não mágicos! Aliás, tem um quê de magia sim, pois sobrevivem, se vestem e alimentam seus filhos com míseras remunerações recebidas.
Se no passado o trabalho escravo se dava em em troca de água e pouca comida, receber algumas moedas ou uma pequena remuneração, seria um sonho. Pois o sonho foi conquistado. Eles hoje recebem essa mísera remuneração. O quilombo não, esse piorou bastante. Tem violência e armas. Talvez eles peçam à seus Neo-Donos-de-Engenho e à Coroa (que agora fica em uma cidade distante chamada Brasília) que se as armas e as drogas deixarem de existir, eles voltariam a trabalhar por água e comida. Comparado com a vida de seus trisavós, é lucro !