Apenas um convite (História real)

Ontem, atendi ao convite de Iranildo. Fui até a sua casa e conheci sua esposa Sônia, e seus 4 filhos. O mais novo ainda não completou 1 mês de vida. A mais “velha” tem 5 anos.Iranildo e Sonia retratam a maioria da população do globo que vive marginalizada do espetáculo da vida, mas insistem em sobreviver.

A casa é um cômodo. O chão de terra batida. Uma cortina divide a cozinha do quarto (ou seria sala?). Uma cama, mais um armário e um fogão. Tudo isso temperado pela esperança de: “Que meus filhos tenham uma vida melhor”. A frase demonstra confiança no amanhã, ainda que o hoje insista em negar o futuro.

As crianças brincam. Ensinam-me que ser feliz é, antes de tudo, um estado de espírito. A primogênita sofre com os efeitos da leucemia. O mais novo, Ângelo, é mais uma tentativa de cura para a irmã, ainda que, também, necessite de cuidados especiais devido ao lábio leporino. Ainda assim me proporcionaram uma, inesquecível, lição de vida.

Profissão do Iranildo? “Trabalhador” responde. Vi como a vida pode marcar a alma humana e me dei o direito de não sistematizar a existência com meus paradigmas.

Meus olhos humanos, ainda que por breves momentos, viram a realidade. Observei como há mais, muito mais, além das máscaras.

Vivi a experiência, não com tristeza, mas como um encontro com a verdade.

Celebrei a vida. Agradeci, e pedi perdão, a Deus.