Um dia no purgatório
Quando contemplei a realidade nua e crua, no dia 04/ 09/ 2003, me esforcei para não gritar perante tanta calamidade, mas dentro de mim!! Sim, dentro de mim! Houve um grito muito angustioso, que me veio um choro internamente,podia sentir as lágrimas esquentando dentro do meu padecer. Como em um labirinto, onde ninguém podia me ouvir, somente os muito sensíveis podiam me sentir. Um sorriso entre este pesadelo quase saiu na tentativa de não apavorar os meus desesperados que faziam rodas em volta de mim, naquele chão imundo, de baixa imunidade atraindo a maior inimiga do homem, perto de uns 40 graus, estática, um transtorno cerebral, sim um transtorno cerebral! Em todos os sentidos, na doença pelo aneurisma, e no psicológico, por ver tanto desigualdade, com tamanha frieza, tratando o ser humano com o mais pobre tratamento, um cruel desprezo num inexplicável descaso, fiquei vexada e aturdida; Era um exercício de paciência naquela jornada de tristeza e dor enfadonha, o calor incomodo, condições violenta e o resultado era só de cogitações, nada de certeza para os enfermos um atendimento nem a longo prazo, não se via nem ao menos uma minúscula luz no fim do tonel, por certo a beira de se comparar ao paralítico de Beteza, que não tinha ninguém por perto, para que lhe atirasse na agua na hora que o anjo aparecia, uma vez por ano, e movimentava as águas para um milagre. Assim continuava o mar tiro de todos os desprovidos, sendo tragados, dilacerados pela desigualdade, sem o mínimo de dignidade, provando talvez a amargura de José e Maria, na busca de onde o seu filho ia nascer? Em uma manjedoura foi o seu destino. Os animais com tanto carinho receberam o filho de Deus, eles não podem serem compararem com aqueles humanos fantasma,os animais deram o que eles tinha, aquecendo o dono do mundo com os seu calor interno, enquanto os humanos nem se aproximavam, e de longe mandavam que cuidassem da alma por que a carne já havia se alheado com a sua inimiga. Uma pobre alma que gritava, gritos de horrores como se um animal muito feroz o prendesse entre as unhas, devastando a sua origem, que fechou lhes os olhares em grito fulminante, e então estava lançada a sua sorte junto a morte. Enquanto assim ia pensando, íamos sendo devorados as nossos esperanças, que faziam com que perdesse mos o chão do nossos pés, vi quando a pobre alma se estacou bem próximo de mim, nada senti além da imensa repugnância pela tão cruel sociedade, que talvez tenha invadido até o céu. Aquele espaço, me parecia um verdadeiro calabouço brutesco, maneando ao meio um furacão as suas largas devastas destruição.O recurso foi então conter me fortemente olhando para cima, pois ao ver aquele flagelo que continuava a passar, com tanta crueldade em desumanidade, tudo muito tumultuoso e turbulento, apavorante, os pobres desprovidos continuavam a receberem as sentenças da agressão de uma sociedade corrupta e hipócrita. Uma tristeza como a amargura da pobre mulher estéril, que buscava um consolo no templo do sacerdote Eli. Os funcionários fantasmas passavam como se estivessem em um parque de diversões, este comportamento por consequência de estarem acostumados com tanta pobreza debruçadas pelo chão. É! Rezem para que não caiem no seio desta civilização. Um flagelo totalmente desarmado, mas é esta situações que sustenta a vida de futilidade dos grandes poderosos. Mais uma vez me vem um largo pensamento, quantos projetos foram elaborados e executados pra estes fins, como os impostos que já paguemos, e em troco nos devolvem obras miseráveis que em vez de direito de vida nos ponham fim na vida dos que lhe creditaram votos de confiança, transformando tudo ali em uma melancolia do descaso do sofrimento alheio. Com olhar embaralhado e enfraquecido, sem expectativa de vida, naquela hora vi chegar a chance única, não sabia naquele momento se havia caído do céu ou se brotara da terra, só sabia que ali aquele cálice alguém veio passar comigo, com furor pela cena de terror, de uma figura de mulher então me apareceu. A! senti um grande pesar em minha alma, por acabo tão miserável assim ficariam os outro restos mortais, com a mesma fragilidade. Tudo naquela figura de mulher de alma tão amável tinha a imensidão de ternura e generosidade, mas como só isso não resolvia aquela baixeza do limo das profundeza do mais padecimento humano, onde se sente um verdadeiro verme em poderes. Como não podia ali lutar pela vida em colectividade, redobrei as minhas forças de vontade de viver, pois via agora não mais uma luz no final do tonel, mas a luz de um novo amanhecer, me desprendendo do purgatório, o qual o dia que ali se passa é um século. É!! Bastou a presença desta figura Almada, com a companhia do dindin para que recebas o melhor tratamento.O mesmo medico que encontrei no purgatório encontrei no paraíso.