Eu…simplesmente eu…

Penso que não sei falar de amor, apesar de o viver de tempos a tempos e de passar imenso tempo a escrever, a pensar e a falar dele…

À medida que vamos crescendo, ou se quiserem, envelhecendo, o nosso auto-conhecimento vai aumentando, e posso dizer que nesta idade me conheço bem, mas há algumas coisas, poucas, que ainda não percebo…

Por exemplo a minha atitude perante o amor: quando estou apaixonado encerro-me ao mundo exterior e vivo e sinto o que sinto com a mulher que amo, afastando-me de tudo e de todos…

E o mesmo acontece quando amigos (as) ou conhecidos (as) se apaixonam: de imediato me afasto, voltando quando essa relação está consolidada ou pura e simplesmente não regresso de todo, depende dos laços que me unam a essas pessoas.

Esta atitude é recorrente e até já a tive com as pessoas que me são mais próximas, mas neste caso voltei e voltarei sempre, pois os laços que nos unem são demasiado fortes, e o carinho que sinto em relação a esse grupo pequeníssimo é tão grande que não posso deixar de voltar…

Quanto às outras pessoas…Na maior parte das vezes não regresso, sendo que elas se transformam em estranhas e pouco depois em nada, pois nada delas resta dentro de mim a não ser as memórias, mas tenho tantas que passam apenas a ser algumas no meio de milhares delas, algumas, praticamente indiferenciadas de todo o resto…

Pode parecer estranho, mas não me sinto mal com esta atitude, sinto-me bem, pois sinto que se regresso, essas pessoas sem dúvida que fazem falta, sem dúvida que são indispensáveis…

O resto constitui a imensa paisagem, cenário da minha vida.

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 25/02/2009
Código do texto: T1456561
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.