Os Abelhudos (humor - cotidiano)

O policial fazia uma ronda de rotina. Ao ultrapassar um Gol prata, olhou seus ocupantes e franziu a testa. Não acreditou no que viu. Reduziu a velocidade. Quando emparelharam, conferiu. Sim. Havia visto corretamente da primeira vez. Acelerou, encostou de novo. No carro vizinho, motorista e passageiro estavam usando um tipo de escafandro, um macacão com um capacete parecido a um capuz com máscara, uma espécie de burca. Coisa estranha!

Mandou parar e parou logo atrás. Desceu da viatura, caminhou até a janela do motorista e fez sinal para que ele baixasse o vidro.

Ele, de lá, respondeu com gestos que iria sair.

O policial afastou-se, enquanto o sujeito de macacão-burca saia do carro, fechando rapidamente a porta atrás de si.

Atento, já com a mão apoiada sobre o coldre, o homem da lei observava tudo.

Finalmente, pediu os documentos.

O mascarado atendeu, retirando o capacete em seguida.

- Quem é seu passageiro?

- Meu filho.

Conferiu os documentos, depois perguntou:

- Por que o escafandro?

- É um macacão para apicultura. - explicou o suspeito.

- Apicultura...certo! Vou precisar revistar seu carro.

- Fique à vontade. Mas, está cheio de abelhas...

- Abelhas?

- Sim, estou transportando umas caixas da minha criação para a chácara de um amigo. E, com o sacolejo do carro, sempre saem algumas.

- Muitas?

- Umas duzentas, talvez mais...

Olhou lá dentro, viu as bichinhas, por todo lado. Pensou um pouco, coçou a cabeça:

- Muito agressivas?

- É bom usar o equipamento de seurança. Ainda mais que elas estão estressadas pela viagem.

Seu guarda devolveu os documentos e liberou os dois.

Queria lá conversa com abelhas? Nem de mel gostava!