Como pobre e rato

Numa manhã fria e úmida em Pelotas, dois homens dormiam na calçada bem em frente à agência central do Banco do Brasil. Entre eles, um cão amigo também dormia a sono solto. Eles eram seres invisíveis. Transparentes, para a maioria. Como fantasmas errantes, sem alma.

Na mesma manhã, li a notícia de que do outro lado do oceano, uma autoridade indiana recomenda o consumo de ratos à casta pobre do Estado de Bihar, para economizar os grãos para a comunidade. Ele destaca as qualidades proteicas e de carne do animal como benéficas à saúde humana. A informação não-divulgada foi a de se ele e a família irão degustar dos saborosos pratos feitos à base do roedor. Ou se o privilégio seria apenas dos pobres.

PS. A economia da Índia vai crescer 7,7% este ano. Desponta juntamente com a China como a grande potência deste século.

14.08.08