Tropeiros

Grande parte da nossa história e conquistas devemos a estes valentes desbravadores que com sua coragem e ousadia trouxeram progresso a estes outrora sertões inóspitos e com determinação fixaram nossas fronteiras.

Depois dos bandeirantes que tinham por finalidade apenas a busca de riquezas e captura de índios para o serviço escravo sem se fixarem nos locais vieram estes bravos que com rotas determinadas foram fundando cidades ao longo do percurso.

Palmas foi importante rota de tropeiros e seus campos naturais serviram para a instalação de grandes fazendas para a criação e engorda de gado.

Tive o prazer, se bem que superficialmente, de conhecer alguns homens que fizeram parte da grande lista destes tropeiros, heróis da nossa terra.

Dentre outros conheci os Srs. Dário Boese, Jorge Donner, Heitor de Lara, Amazonas Leão, Valdomiro Ribas, que ainda vive e em especial o Sr. João Soares, conhecido também por João Maurício, que faleceu a pouco tempo com quase 100 anos e deste ouvi muitas histórias vividas por ele em suas longas tropeadas.

Contou-me das viagens que fez para buscar sal em União da Vitória, sal este que em épocas anteriores tinha que ser pego em Paranaguá e só com a chegada do trem foi possível a sua aquisição aqui mais perto e mesmo assim eram quase 150 quilômetros em lombo de mulas para aqui chegar.

Para as primeiras casas de alvenaria e a antiga igreja foi necessário buscar a areia usada na construção, também em cargueiros de mulas, nas margens do Rio Iguaçu distante 80 km de Palmas.

O gado em grandes tropas era levado até Palmeira, tendo para isso que ser feita a travessia a nado num vau do Iguaçu que hoje não se percebe devido ao aumento do nível da água do reservatório de usina hidrelétrica.

Grandes tropas de porcos eram levadas com destino a Jaguariaíva para abate nos imensos frigoríficos Matarazzo e para este fim eram usados métodos até um pouco cruéis, conta seu João que para evitar que os animais se dispersassem durante as longas jornadas muitas vezes seus olhos erram costurados ou então cegados com a aplicação de Creolina, medicamento usado para a cura de bicheiras dos próprios suínos.

Devemos nos lembrar que grande parte do progresso e conforto que hoje desfrutamos deve-se a coragem e sacrifício destes tropeiros do passado.

VNLUZA
Enviado por VNLUZA em 24/02/2009
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