Frio no carnaval?

Por causa das férias de Natal, voltamos de uma viagem já começada a noite de 31 de dezembro e encontramos a Casa do Brasil - na Cidade Universitária de Paris - em polvorosa. Muita gente andando pra lá e pra cá, uns pendurando serpentinas para enfeitar o salão, outros arrumando sanduíches e salgadinhos sobre a mesa. Alguém mexia na vitrola. Gente chegava com long-play debaixo do braço, que bom, mais um!

Logo mais o salão foi se enchendo e a festa começou. Muitos convidados franceses e outros estrangeiros vieram passar aquele réveillon com os amigos brasileiros.

Garrafas de vinho abertas, o som ligado, ninguém resistiu às marchinhas de velhos carnavais e ao samba lascado. A cantoria de vozes animadas, e também lastimadas, denunciava ai que saudades da pátria amada!

Quem ali chegava, porém, achava meio esquisito: todo mundo em fechadas roupas de lã pulando feito condenado... não era mesmo engraçado?

À meia-noite, com taças de champanhe na mão, brindamos a entrada do ano de mil novecentos e setenta e quatro.

E a festa continuou.

Algumas horas mais tarde, brindamos novamente: era meia-noite no Brasil !