A vida não é só isso que se vê
Lendo hoje uma crônica inspiradíssima do meu amigo Jorge Cortás Sader Filho: "Mangueira sem Jamelão", lembrei-me de uma letra de Hermínio Bello de Carvalho.
Sem medo de errar, tem os versos mais inpirados que qualquer poeta poderia dedicar a um lugar, a um bairro, a um morro, tornando-o em sua imaginação fértil um quase recanto.
Deixou o verso viajar e pintou de verde-e-rosa uma realidade que nestes dias está mais para branco-escondido e que com muita freqüência se torna chumbo e vermelho-escorrido.
"Sei lá, Mangueira
Vista assim do alto mais parece um céu no chão
Sei lá, em Mangueira a poesia feito um mar se alastrou
E a beleza do lugar prá se entender tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê.
É um pouco mais, que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar e os pés recusam pisar
Sei lá, não sei se toda a beleza de que lhes falo
Sai tão somente do meu coração
Em Mangueira a poesia num sobe-desce constante
Anda descalça ensinando um modo novo da gente viver
De pensar e sonhar, de sofrer.
Sei lá não sei
Sei lá não sei não
A Mangueira é tão grande
Que nem cabe explicação."
Esses versos coloriram uma música de Paulinho da Viola, Portelense convicto que, diz-se, nunca perdoou o então amigo Hermínio por haver homenageado a Mangueira com uma música sua.
Deveria , pois não é uma homenagem à Escola de Samba, mas uma ode à beleza imaginária que está nos olhos de quem ama e que sabe que a vida não é só isso que se vê.
Lendo hoje uma crônica inspiradíssima do meu amigo Jorge Cortás Sader Filho: "Mangueira sem Jamelão", lembrei-me de uma letra de Hermínio Bello de Carvalho.
Sem medo de errar, tem os versos mais inpirados que qualquer poeta poderia dedicar a um lugar, a um bairro, a um morro, tornando-o em sua imaginação fértil um quase recanto.
Deixou o verso viajar e pintou de verde-e-rosa uma realidade que nestes dias está mais para branco-escondido e que com muita freqüência se torna chumbo e vermelho-escorrido.
"Sei lá, Mangueira
Vista assim do alto mais parece um céu no chão
Sei lá, em Mangueira a poesia feito um mar se alastrou
E a beleza do lugar prá se entender tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê.
É um pouco mais, que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar e os pés recusam pisar
Sei lá, não sei se toda a beleza de que lhes falo
Sai tão somente do meu coração
Em Mangueira a poesia num sobe-desce constante
Anda descalça ensinando um modo novo da gente viver
De pensar e sonhar, de sofrer.
Sei lá não sei
Sei lá não sei não
A Mangueira é tão grande
Que nem cabe explicação."
Esses versos coloriram uma música de Paulinho da Viola, Portelense convicto que, diz-se, nunca perdoou o então amigo Hermínio por haver homenageado a Mangueira com uma música sua.
Deveria , pois não é uma homenagem à Escola de Samba, mas uma ode à beleza imaginária que está nos olhos de quem ama e que sabe que a vida não é só isso que se vê.