Estilo retrô – A volta da sacola da vovó.

Lembro-me da minha mãe utilizando uma sacola grande de palha trançada para carregar as compras. A tal sacola era um utensílio de tanta utilidade que se tornou integrante do nosso cotidiano familiar, quase como acontece com um animalzinho de estimação. Claro que a sacola não faz gracinhas, não pede chamego, não interage com pessoas, mas eu tinha muito apreço por aquela sacola de palha, até ela virar cafona.

Foi exatamente desta forma que aconteceu. Ir ao mercado levando-a dependurada passou a ser o extremo da breguice. Não sei ao certo o que aconteceu com a sacola lá de casa, mas imagino que tenha se deteriorado por falta de uso. O grito da moda passou a ser voltar das compras com várias sacolas plásticas com a logomarca da empresa estampada na frente. A evolução acontecia num ritmo acelerado, precisávamos nos adaptar à modernidade e à praticidade das sacolas descartáveis e fashions.

Pára tudo! O homem em sua ignorância pensou que poderia atropelar a natureza e continuar evoluindo numa velocidade acelerada. As substitutas das sacolas cafonas ( como a da minha mãe) estão causando danos imensuráveis à natureza. Será preciso correr muito atrás do imenso prejuízo para tentar, no mínimo, amenizar a situação. Além do que, uma questão cultural está diretamente envolvida.

Embalar qualquer produto comprado em sacola de plástico está tão arraigado ao nosso dia a dia, quanto tomar banho ou escovar os dentes. A coisa acontece naturalmente: a atendente tira um punhado debaixo do balcão, e lá vamos nós carregando-as sem questionar. Mas se somos inteligentes para entendermos o efeito nocivo das sacolinhas ao meio ambiente, devemos sê-lo o bastante para recusá-las gentilmente.

Tenho praticado isto, e devo confessar que sinto uma nostalgia ao sair do supermercado com as mãos ocupadas por sacolas de tecido. É como retroceder sim, e isto num primeiro momento pode parecer esquisito principalmente aos olhos de quem não o faz. Mas depois que a gente assimila a importância de tal atitude para o futuro do planeta, esquisito torna-se quem continua carregando sacolas de plástico com a marca da empresa.

Um supermercado próximo da minha casa forneceu-me gratuitamente duas sacolas coloridas. Fiquei surpresa, agradecida e extremante feliz em saber que a consciência começa a ser tomada, o que é melhor, com gentileza.

Portanto, homens e mulheres de todas as idades, fiquem atentos: Enquanto as sacolas oxibiodegradáveis não forem adotadas pelas empresas, a moda é usar as sacolas do tempo da vovó, porque as outras tornaram-se cafonas demais.

Léia Batista
Enviado por Léia Batista em 21/02/2009
Reeditado em 21/02/2009
Código do texto: T1451505