AMIGOS E AMIGAS…
Posso datar o meu processo actual de socialização, com algumas alterações estruturais em 1997, no ano em que entrei no ensino superior, em 1993.
À excepção do meu núcleo duro de amizades (que vem dos tempos da adolescência, e ao qual só foram acrescentadas duas pessoas, um grupo de seis elementos, com o qual é raro comunicar, mas que está sempre presente e nas alturas em que é necessário se reúne e em poucas mais valiosas palavras reafirma os seus laços indestrutíveis de fidedigna camaradagem, daquela que já não se vê, daquela, “à antiga”) entrego-me sempre demasiado às amizades recentes (leia-se com menos de 8 anos) dando sempre mais do que recebo até á exaustão, não percebendo que essas pessoas não sentem o mesmo e que se calhar não passam de conhecidos…
Sou ingénuo, confesso, e esse núcleo bem me alertava para as figurinhas que fazia, na minha ânsia inexplicável por amizades que não valem o peso desta palavra.
Até que as coisas mudaram em Janeiro deste ano de 2009.
Pura e simplesmente que decidi dar apenas aquilo que recebo, e se não receber nada, nada dou, pois já tenho amigos e amigas para o resto da vida, pessoas fieis que nunca me irão abandonar, que me conhecem muito bem e que toleram os meus excessos emocionais, cada vez mais raros, mas que ainda têm lugar…
O resultado desta nova política de socialização é que em menos de dois meses saiu uma série de gente da minha vida, não tendo entrado ninguém, embora eu mantenha a porta aberta para novas amizades, mas nas condições acima assinaladas…
Coincidência ou talvez não, houve uma aproximação ao meu núcleo duro de amizades, os laços ficaram ainda mais fortes e por acaso vejo agora mais vezes esses amigos e amigas, embora estejam espalhados um pouco por todo o país…
E querem saber uma coisa?
Apesar de ter menos gente comigo, sinto-me melhor, sou uma pessoa mais feliz e mais realizada, pois sei agora com quem posso realmente contar, sem ilusões, sei com quem caminharei pela eternidade possível fora, e isso de saber sem sombra de dúvida com quem posso contar, isso não tem preço…