Quero escrever não sei o quê. Coloquei música suave para despertar este meu EU tão encolhido, tão tímido de transmitir ideias que se misturam e se confundem neste meu cérebro tão cansado das injustiças, da falta de amor e do desprezo. A música desliza suavemente no CD., entristecendo-me porque fala em ausência de um amor perdido, vida sem razão de ser. Vida sem razão de ser! Sem razâo de ser! E estas palavras vão ecoando em meus ouvidos, despertando-me curiosidade.
     Muitas vezes, achamos que a vida não tem razão de ser, que a vida não vale a angústia de viver. Esquecemos que a nossa vida é um presente que tem seu uso para determinado tempo, esta seja, talvez, a maior ceteza do nosso viver.    E será que todos prezam este presente? Todo ser vivo tem o sentido da sobrevivência. Quando ele perde isso, é porque algo vai mal com seu psiquismo. Sua alma chora, e ele se desequilibra, desprezando este presente tão valioso que lhe foi concedido
     Sofrimentos, amgústias não podem envenenar nossa alma, tentemos  purificar  nosso espírito com nossa fé; ela é a guardiã da nossa esperança.
   Maria, mãe de Jesus, perdeu seu filho e mostrou ao mundo todo seu sofrimento através da resignação e nos deixou lição de fé. Ela sentiu como muitas mães a dor da ausência com a perda do filho e se encorajou diante do sofrimento.
     A ausência. é um sentimento paradoxal. É um sentimento tão forte que se faz presente nas lembranças boas e ruins da vida É um vazio que preenche nossos corações vazios, sofridos, fazendo-se mais presente que a própria presença. Ela tanto escurece nossa alma, como nos lança num turbilhão de dor, alegria ,saudade, lembranças eternas que machucam  o nosso viver.
 Ao acabar de escrever sobre o significado da ausência, o Cd vai deslizando suavemente e se ouve o  o som de um violão arrastando notas tristes e desanimadas.como se a vida não tivesse uma razão de ser.
Vilma Tavares
Enviado por Vilma Tavares em 20/02/2009
Reeditado em 08/08/2010
Código do texto: T1450047