Vetados à porta do baile

Por duas vezes vi o carnaval em Paris. Mas o brasileiro e fora de época, porque na época certa, por lá não há nada de especial. Lembro que na escola muitas pessoas comentavam que estávamos no “mardi gras”, que é a terça-feira gorda. Queriam saber como era o “carnaval de Riô”.

Naquele tempo não víamos o que se passava pelo mundo apertando o botão da tv. Eles pensavam que nosso tão famoso carnaval se resumia aos desfiles de escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro. Nem devem ter acreditado no que lhes contei a respeito.

Mas nós, estudantes brasileiros residentes naquela cidade, sabíamos que o Consulado do Brasil promovia um grande baile. Destinado, porém, a um público seleto, do qual evidentemente não fazíamos parte.

E de nada adiantava aparecer bela e formosa fantasiada de Maria Antonieta, acompanhada ou não de Napoleão, para tentar a sorte.

Seria, na certa, caso de repatriação imediata.

Já pensou?