Um monte de amor
Um monte de amor
“Com 1,4 bilhão de dólares, você não compra amigos. Compra um monte de amor” – de Michael Moore, extraído do filme “9/11”.
Eis, em poucas palavras, A RESPOSTA. Para tudo.
Por isso, por exemplo, pode-se ver o Jamelão cantando a desilusão do amor. Você conhece alguém que tenha 1,4 bilhão de dólares? Está explicado. Todos à sua volta estão infelizes, certo? Dá pra contar nos dedos quem tem 1,4 bilhão de dólares. Ouvi falar de um sujeito que tem. Do mesmo jeito que ouvi falar que mandaram o homem para a Lua, ou de que 3 caravelas descobriram a América. Mas eu não vi isso. Ninguém vê. Eis a razão de tantos corações partidos, tanta miséria e desilusão. Quem tem essa quantia, para poder adquirir o essencial?
O Rei, outro exemplo, que é o Rei, canta desolado. Nem ele tem.
Se fores agora mesmo na praça da Sé, aposto com você que nenhuma daquelas pessoas tem sequer a metade disso, coisa de, digamos, 700 milhões de dólares. Aposto de olhos fechados.
A guria ali, de tranças, sibilando, já viu um príncipe num cavalo branco? E 1,4 bilhão de dólares?
E depois, podemos apostar mais, de tanto falar nessa cifra estou me sentindo confiante. Naquela arquibancada, (mais um exemplo) os torcedores se digladiando, aposto que nenhum deles tem 1,4 bilhão de dólares, portanto não tem amor, por isso brigam tanto.
Os poetas e as poetisas, todos com um candelabro, uma pena e uma folha de papel em branco, lamuriando, pelo que sofrem? Por amor?
E por que? Por que não possuem 1,4 bilhão de dólares. Pensa um pouco. Tantos lares desfeitos, tantos xingos no trânsito, tantas revoltas e reviravoltas, tudo bobagem. É só pensar um pouco.
Por que você acha que tantas pessoas vão presas? Evidentemente. Acertou. Porque lhes falta 1,4 etc. E se não tem 1,4, não tem amor.
Aquele rapaz amargurado, digitando de madrugada no computador, qual a causa de seu sofrimento? Um nome. Que nome é esse? Amor. Tolice. Um nome sempre dá idéia de limitação. Por outro lado,
1,4 bilhão de dólares expande os horizontes, não é mesmo?
Tudo acontece com uma fantástica exatidão. Os números e o amor. Por isso a loteria é numérica. Nunca lhe ocorreu essa possibilidade? Inexiste uma loteria relativa a clima, a exemplo. O sujeito vai numa lotérica e preenche um bilhete com a previsão do tempo de amanhã. Se acertar, ganha, a exemplo, um guarda chuva. Nada disso. Exatidão, mistérios...coisas que cercam 1,4. E o amor. Exemplo (outro) - no período de 21 de junho a 21 de dezembro, cada dia tem sua duração aumentada em cerca de 40 segundos e a partir de 21 de dezembro até 21 de junho, o inverso. Funciona assim há bilhões de anos.
Eu disse bilhões?
Ao nascer, a criança tem cerca de 6 trilhões de células e 60 trilhões quando adulto.
Eu disse trilhões?
Veja o que acontece com a falta de dólares. A pessoa entra em delírio, tal é o estado que se fica, ao peregrinar na estrada dos bilhões, trilhões...
E quem disse que estaciona? Conversa. Nunca é “ O Único Bilhão”. “Um Grande Bilhão”. Ou, ”Um Bilhão Inesquecível”. Não. Tem de ser número quebrado. 1,4. Para se poder comprar mais. Um monte.
E chegamos ao começo. C‘est la vie. Girando, girando, por um monte de amor.