No tempo dos mascarados

Jovens ainda, passávamos o carnaval em Ubatuba e freqüentávamos os bailes noturnos, embora não tivéssemos dezoito anos.

Certa vez, por lá apareceram duas múmias enfaixadas dos pés à cabeça. Uma delas ficou me perseguindo e achei até engraçado. Eu ia para um lado, a múmia ia atrás. Ia para outro, a múmia atrás de mim...

Comecei a pensar que debaixo daquelas faixas pudesse estar um rapaz interessante. E acabei aceitando dançar com a múmia. Mas quando ela me deu a mão, eu vi. Na ponta de um de seus dedos havia uma verruga! Igualzinha aquela que o Paulo vinha lidando para fazer cair...

Foi um desapontamento geral. Meu irmão não podia mais enganar ninguém e eu percebi que não dançava com nenhum faraó.