Saindo do local de prova

*Caldeira da Silva

Começa pelo fim, quando terminava a prova do concurso público. Naquele momento, vários pensamentos transitavam em minha mente. Saindo do local de prova, eu tinha uma pergunta que não calava... Tentei não refletir, deixá-la em branco, mas ela me seguiu perguntando: “Qual seria o emprego ideal?” Muitos optam por estudar bastante na tentativa de conquistar uma vaga em concursos, outros tentam ser empreendedor e ditar suas próprias normas, outros esforçam buscando conhecimento e reconhecimento nas artes, outra parcela abraça a oportunidade que surge, fazendo dela um emprego temporário ou permanente. O “skatista”, Bob Burquist, ao vencer um campeonato costuma agradecer a Deus por lhe proporcionar “o melhor emprego do mundo” sempre alegre e simpático, ele completa dizendo: “Skate não é competição, skate é arte e diversão.”

O desejo de ocupar um cargo bom e ter uma ótima remuneração é aspirado por muitos, é aí onde o sentimento de pose se torna maior do que o amor ao labor...

E quando não temos afinidade com o serviço e, mesmo assim insistimos em ingressar?

Tinha os requisitos para o trabalho, mas me encontrava em uma grande competição sem amor pela concorrida ocupação...

Sabemos que o trabalho é uma expressão natural que dignifica, traz conforto e gera esperança. Para a sua realização de modo satisfatório é necessário, antes de tudo, amor e ausência de competição é preciso transformá-lo em arte e diversão. É procurar fazer do labor uma atividade alegre, como um vôo de uma borboleta enfeitando o jardim e multiplicando as flores... Agente sabe que a atividade física e psicológica realizada sem prazer gera inconformismo e até doenças crônicas. Sabemos também que, nos tempos atuais, nem sempre é possível ocupar um lugar que desejamos.

Contudo, descobrir o dom e exercer-lo fazendo dele uma forma de subsídio, é divertido e prazeroso. Um emprego, seja em área pública, privado, de forma autônoma ou artística requer paixão e amor que naturalmente se manifesta em motivação.

E pra você, qual seria o emprego ideal?

*Tiago Caldeira da Silva