RAIO -X DA FESTA

Me pediram para escrever algo sobre carnaval, a princípio parece ser um tema fácil por ser alegre e estar na moda, mas debruçando melhor na festa escontramos algumas questões que valem a pena analisar.

A pergunta é: O que é mesmo o carnaval ?

* Festa da carne?

* Alegria dos olhos?

* Liberdade Provisória?

* Desestresse da mente?

* Final dos tempos?

Os livros dizem que teve origem no paganismo romano, o Aurélio diz que paganismo é: Idolatria, politeísmo, religião em que se adoram muitos deuses.

Nunca vi ninguém adorando deuses por lá, o baile que nós temos hoje é apenas a festa da adoração dos deuses de lá, não a adoração em si, a não ser que o rito em questão seja polimorfo, ou seja, que é sujeito a várias formas sem mudar de natureza. Não quero ser sombrio na visão mas... Será que a luxúria e algumas canções são adorações e toadas a deuses? Ou são apenas ferramentas de busca da felicidade.

Mas.. O que é felicidade de carnaval? A olho nú parece tolice tentar falar de felicidade de algo tão efêmero, no máximo se diria, momentos felizes. Entretanto sabemos que todos os acontecimentos nasceram de pequenos momentos e que se o acontecimento em questão for feliz, pode-se dizer que o que era volátil e transitório, tornou-se concreto e duradouro.

Mas... o que pode ser concreto e duradouro no carnaval? Bom, existe bem mais coisas que luxúrias, paixões e fugacidades nessa festa, existe trabalho; criação, negócios, contatos, notícias, encontros, desencontros, dinheiro... Todas essas coisas podem vir a ser felicidade, financeira, profissional ou afetiva. É bem verdade que existe também os avessos dessas coisas; loucuras, vícios, traições, roubos, brigas, mortes... E tudo mais que podem transformar uns poucos momentos em acontecimentos irreversíveis.

Portanto vimos que com olhar de Raio -X pode ser paradoxo e conflitante falar deste tema, uma árvore se conhece pelos frutos é assim que está escrito, e, é somente pelos frutos que podemos saber se o carnaval desse ano será doce ou amargo, marcante ou fugaz.

Será que podemos escolher?