De volta à estação

No assento incômodo daquele trem estava eu sentado e escrevendo palavras ao vento . Talvez alguns pensamentos sem sentido, jogados ao léu. Vejo pela janela a vegetação já queimada pelo sol, vejo o céu azul nublado que por muitos momentos o sol forte se esconde.

Estou pensando, imaginando uma maneira de não pensar sobre coisas que me deixam triste, mas só de tentar já pensei. Sinto agora nesse fim de tarde q vejo pela janela, o sol tocar no meu braço enquanto escrevo seu calor é escasso, daqui a pouco começa o crepúsculo uma das coisas mais belas da natureza. Estou indo embora só que ainda não sei para onde...posso ver agora a antiga estação ferroviária, quantos pés alheios já estiveram por ali, quantas pessoas existiram com seus anseios do dia- a dia, suas alegrias e que nunca mais existirão ? Um dia serei um deles q tendo passado pela estação deixa o rastro da sua existência impregnado no que resta ou no que será restaurado com o tempo.

O vagão está ficando cada vez mais vazio, quem sabe se está realmente ? Vejo poucas pessoas e cada vez menos agora mas o elo q a natureza cria entre os passantes é o mesmo o sol, o ar.

Numa outra estação a porta se abre, no seu mecânico e repetido vício mas ninguém sobe, talvez o horário na seja o pico, onde normalmente as portas tem dificuldade de se fechar, com o aperto da multidão que por vezes parece tentar quebrar a lei da física. Talvez um dia não seja mais possível a aplicação da teoria.

As portas se fecham e o maquinista anuncia com uma voz cansada, certamente já exausto do caminho monótono a próxima estação. Vejo agora ao invés de poucas casas e vegetação muitos prédios e concreto por todos os lados: Enfim a selva de pedra. Desço na estação dessa vez algumas pessoas sobem no vagão, elas parecem não ter expressão talvez vivam alienadas no seu próprio mundo ...

Uma vez me lembro de ter tentado adivinhar como eram as pessoas só pelas suas expressões, tarefa árdua , pois não é possível até mesmo pré-julgar sem antes conhecer, quem dera se fosse só as pessoas...Mas quantas pessoas não estariam fazendo o mesmo?

Caminhando em meio a multidão a selva de pedra toma proporções imensas num misto de concreto e carne, eu sou mais um talvez meu caminho esteja lá adiante, sigo assim, cego e calado porque também participo como um ator principal do meu mundo de papel.