ÉGUA AMARRADA NA BOA INTENÇÃO
ÉGUA AMARRADA NA BOA INTENÇÃO
Marília L. Paixão
Com o sono que estou não teria como arranjar um assunto sério para sugerir à Brigeth. Mas com sono ou sem sono onde eu ia arrumar assunto sério? O que é sério mesmo?! Ah, sim! Trabalho, salário, contas para serem pagas, e o resto fica por conta do que a gente gostaria de poder fazer e não faz. E nos conformamos com suspiros de afinal, não dá para levar tudo tão a sério e menos ainda “sonhos”...
Mas e o monte de coisas acontecendo ao redor da gente? Estava saindo da escola e a água estava chegando quase na porta. Passaram parte da noite levando coisas para um melhor andar. O que é isso? Um pouquinho de Santa Catarina? Mas eu moro agora no mais alto morro e ainda assim de lá vou ver água por onde outros poderão remar? E fora que nós descemos o morro para as demais necessidades da vida. Ninguém vive de brisa. É assim que o problema passa a ser de todos?
De uma forma ou de outra não temos como nos isentar dos assuntos sérios. Tudo que chega até nós nos toca ou quase tudo? Até que ponto tem que chegar? Mas e a moça brasileira foi ou não foi atacada por skinheads? O que incomoda mais a verdade ou a mentira? De qualquer forma não deveriam existir tais grupos, tais medos, tais preocupações. O importante é não deixar a xenofobia se aproximar do nosso coração. Ela é xarope falso para curta visão.
Mas e as coisas sérias e não sérias da televisão? Não sai daí a propagação? De mais a mais é melhor descobrir o que é sério nos Simpson que nos plenários da câmara. Ou quer se descobrir o que é mais assustador? Qual é a verdadeira ameaça por trás das boas falsas intenções políticas? Essa hora seria a hora do povo entender de tudo um pouco. Mas um povo conformado é mais querido que um povo entendido.
Será que são sérias as mudanças ortográficas e sérias a que ponto para quê? Qual é o maior modismo desta década de mudanças? O que mesmo de valor deve ser mudado? Que os valores têm mudado isso tem. Mas o que mudou para melhor mesmo?! Será que tem como falar sério ou é melhor deixar a Brigeth com a égua amarrada na boa intenção? O jeito é te deixar na mão, amiga! Não! Eu não sou boa para assuntos sérios que chama o tédio por falta de solução, que dá um desânimo, e causa um desarranjo até em centro urbano, imagina no sertão? De certo, amiga, os assuntos verdadeiramente sérios são de partir o coração.