A ALEGRIA DE VIVER

A ALEGRIA DE VIVER

Acordar, abrir os olhos e reconhecer o ambiente familiar. Aspirar o ar gelado, na segurança das quatro paredes. Perceber, pelo tato, a maciez dos lençóis. Estender a mão e tocar na face adormecida de uma pessoa, companheira de sempre.

Sentir o aroma do café recém-passado, levantar e ir ao seu encontro. Desfrutar o sabor do pão, ainda quente. Passar nele um pouco de manteiga gelada e vê-la se derreter sobre o miolo. Sorver o suco gelado, em goles pequenos. Displicente, colocar na boca um pedaço de fruta. Deixar os olhos percorrerem aquele ambiente habitual, reconhecendo cada objeto que foi adquirido, para compor aquela imagem. Levantar, em câmera lenta, e abrir a janela, para a entrada de um sol radioso. Ou, talvez, quem sabe, sentir os pingos da chuva no rosto ainda enrugado pelo sono restaurador.

Ouvir o telefone tocar e atender. Do outro lado, a voz exultante do seu amigo do peito, contando a grande novidade: o exame de urina da mulher confirmara, na véspera, o anúncio do primeiro herdeiro. Saber que a vida se renova a cada segundo. Que as células do corpo que estão morrendo, serão substituídas nesta cadeia por outras, sem que se faça o menor esforço para que isso aconteça. Ter consciência de que, se o físico se deteriora, o intelectual e emocional cresce, aprendendo com as perdas e ganhos. Pode, até, atingir os píncaros da capacidade humana.

A alma, esta zona desconhecida, pode ser trabalhada, da mesma forma que um bloco de mármore, nas mãos de um escultor habilidoso. Depende apenas da vontade e do ideal de cada um.

Como em qualquer moeda, a vida tem duas faces: o lado positivo e o lado negativo. Enquanto esta moeda está na palma fechada da mão, ela possui os dois lados. Se a arremessamos para o alto e a deixamos cair, só haverá um lado, sem escolha. O melhor é continuar com ela, presa. Não jogar com a sorte e tomar as rédeas do destino para si.

Escolher o otimismo, o amor e não o pessimismo e a solidão. A solidariedade e não o egoísmo. Continuar sempre tendo duas opções. Perceber que nada é definitivo e irreparável, enquanto há vida. Perseverar. Sempre é possível melhorar o que já é bom.

O trabalho humano é árduo, mas é uma alegria o exercer para o seu sustento e de sua família. Não importa onde está o seu ofício, sua fonte de renda: no computador, na rua, no escritório, no avião, ou no mundo. O fundamental é ter a consciência tranqüila a respeito do passado, e confiança plena à cerca do futuro, onde mora uma senhora, chamada Esperança. Ir visitá-la, de vez em quando, em sonho ou devaneio. Faz bem e estimula o desejo de prosseguir vivendo, nesse nosso conturbado mundo.

Não é possível sair dessa nave espacial, chamada terra. Para permanecer nela, se faz imperioso saber viver e conviver. Estamos todos, a humanidade inteira, no mesmo barco. O melhor é rir das crises financeiras, políticas ou sociais, porque não há muita coisa que se possa fazer sozinho. Colecionar amigos é um bom “hobby” e um bom começo.

Mas, acima de tudo, ter a certeza de que existe um DEUS de amor e de misericórdia, pronto para socorrer àqueles que Nele crêem. Eu sou uma dessas pessoas privilegiadas. Sinto a alegria de viver. Que mais me falta?

Gilda Porto
Enviado por Gilda Porto em 15/02/2009
Código do texto: T1440747
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