O bom de ser mulher



 
Somos tão fortes: andamos de salto alto pelas calçadas esburacadas, carregamos a vida por nove meses e enfrentamos supermercados lotados. Tudo que fazemos, colocamos empenho, raras vezes somos imparciais. Faz parte da nossa essência este envolvimento, o ''algo a mais'' que não conseguimos explicar nem resistir. Somos doadoras, capazes de tudo e ferrenhas defensoras de nossas crias. Filhas da Terra, agraciadas com  sentido aguçado. Desconfiadas e criativas, divertidas e amigas. Açucaradas mulheres, imprevisíveis e sempre cheias de afazeres e planos. Únicas.

E quando amamos não existe meio termo, que o mundo conspire ao nosso favor ou arregaçamos as mangas e vamos à luta. A capacidade de entrega é um dom, no entanto, quase nunca é compreendido. Alguns homens dizem que somos intensas, complicadas, que enxergamos tramóias inexistentes. Falam que somos  apressadas, ansiosas, desesperadas ou idealistas. Se a carreira é meta principal, ambiciosas, competitivas, agressivas, conquistando postos e tomando  conta do mercado. Em contrapartida, se preferimos ficar em casa, viramos preguiçosas. 

Relacionamento. Chegamos ao tópico temido e mais difícil de descrever. Riquíssimo em milhares de fórmulas, conselhos e manuais de auto-ajuda. O fantástico universo sentimental feminino. Tão simples em sua necessidade básica e universal: O amor. Se a chama inicial não for renovada, mantida aquecida e bem cuidada, vai diminuindo, ficando quase invisível e no final...Desaparece. 

Sonhos que se perdem em decepções, rupturas, traições e partidas inesperadas. Nossos ombros cansados,  algumas vezes tombam. Ficamos abatidas, perdidas, até mesmo deprimidas, precisamos de tempo para viver a dor. 

Reciclamos e começamos tudo outra vez. São tantas histórias, rostos  formando um caleidoscópio de  imagens e tramas.  Somos  boas ouvintes, conselheiras, parceiras de altos e baixos.Cúmplices em mirabolantes planos, em  que apenas nós mesmas acreditamos. E se não dão certo, choramos as mágoas em uma boa rodada de sorvete, chocolates,  chopp para quem gosta de afogar o pranto e enfiar o pé na jaca. 

Mas quem disse que não sabemos ser felizes, mente e não entende que pequenos detalhes compõe nossas necessidades. Suspiramos deliciadas em um shopping, amamos um cartão de crédito, sair de mãos dadas com o namorado, dividir uma água de coco, pegar o avião para uma lua de mel no Caribe... No fundo o que queremos:  é a sensação plena de viver da melhor maneira possível, beber em pequenos goles a realização, satisfação em inconstantes arpejos, hormonais ou não...do feminino. 
 
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 14/02/2009
Reeditado em 14/02/2009
Código do texto: T1439855
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